domingo, 28 de outubro de 2012

A OCASIÃO FAZ O LADRÃO


A OCASIÃO FAZ O LADRÃO


        O título acima é um provérbio popular bastante conhecido. Ele tem por função explicar o mau comportamento das pessoas, mormente se não há ninguém para criticar os seus atos. A expressão é típica para testar a honestidade dos seres humanos que se aproveitam da situação para levar vantagem.
        Muitas delas se acham corretas e justas, pensando que dar prejuízos de pequena monta não representa falta de caráter. Todavia, elas se esquecem de que não existe o meio-termo em matéria de honestidade.
Quem gosta de levar vantagens prejudicando as pessoas em pequenos delitos, acumula ações dessa natureza para achar que pela impunidade possa no futuro, praticar outras infrações de maior envergadura.
Esse é o pensamento favorito dos estelionatários (falsificadores de documentos) e dos corruptos que desviam dinheiro público prejudicando centenas de milhares de pessoas. As leis são brandas e nem sempre ocorre a devida punição.
Isso estimula outros ao mesmo comportamento. Nossa história semanal reflete em escala menor, conduta reprovável por qualquer cidadão que se diz verdadeiramente honesto:   
        Encostado no balcão de uma loja de prestação de serviços, Roberto olhou para a rua e viu que um motorista manobrava seu carro para sair. Observou que por falta de perícia, ele fez uma manobra mal calculada e riscou o pára-choque do veículo estacionado ao lado.
Embora o dano material tivesse sido pequeno, deixou uma marca visível a certa distância e, também uma desagradável surpresa para o dono, que mais tarde ficaria se perguntando se foi ele mesmo que riscou o carro ou alguém para quem o emprestou.
Enquanto esperava, Roberto notou que uma das balconistas também reparou no incidente. Ambos chegaram a fazer uma aposta em relação à conduta do motorista: – Aposto que ele vai ficar no carro esperando o proprietário chegar para comentar o ocorrido e talvez ressarcir algum prejuízo, ou irá procurá-lo para ver a extensão do dano.
– Duvido, disse Beatriz, a moça no balcão de atendimento. A maioria das pessoas não assume a responsabilidade quando sabe que não há ninguém para pressioná-las e reprová-las pelo deslize de conduta, finalizou ela.
Roberto perdeu a aposta, pois o motorista não querendo ser pego saindo rapidinho, ficou fazendo manobras tipo entra-sai e dando um tempo para ver se o dono aparecia, mas acabou indo embora sem dar qualquer explicação.
Moral da história: existem pessoas para quem a consciência não dói quando fazem coisas erradas. Elas acham que é normal serem imorais, sem ética, corruptas e ladras, desde que ninguém fique sabendo.



Richard Zajaczkowski, bacharel em Direito,
Oficial de Justiça – Vara do Trabalho, jornalista
e membro do Centro de Letras de Francisco Beltrão



        

NÃO SE ENVENENE


NÃO SE ENVENENE

       
Na maior parte do tempo não costumamos olhar para dentro de nós mesmos, ou seja, não analisamos a natureza dos nossos sentimentos. Todavia, algo nos faz voltar a atenção para a personalidade de nossos semelhantes, sejam eles amigos ou parentes.
Isso faz com que pensemos que os outros sejam sempre melhores do que nós. Em virtude disso aflora em nossas almas o vírus do ciúme, às vezes, sem razão de ser porque no fundo, embora não o saibamos estamos sendo alvo de modelo, que tanto pode ser para coisas boas quanto para coisas más.
No caso em tela, temos sido espelho e modelo a seguir, embora não tivéssemos consciência disso. Mal nos demos conta de que aquela personalidade que admirávamos na outra pessoa a tínhamos em nós mesmos. Isso nos levou tanto à cegueira do entendimento quanto à da alma.
A história a seguir, de autoria de Elisha M. Webster e tradução de Sérgio Barros, retrata um pouco a nossa própria insegurança na potencialidade do ser humano: Ao deixar a roupa suja no lugar apropriado, tropecei no diário de minha irmã de treze anos. O que eu ia fazer? Eu sempre tive ciúmes de minha irmã caçula.
Seu sorriso charmoso, sua personalidade cativante, e muitos outros talentos ameaçavam meu lugar como filha principal. Eu competia com ela silenciosamente e via crescer suas habilidades naturais. Por conseqüência, nós raramente nos falávamos. Eu procurava oportunidades para criticá-la e superar seus feitos. Seu diário colocado aos meus pés, e eu não pensei nas conseqüências.
 Não levei em conta a sua privacidade, a moralidade de minhas ações, nem em seus sentimentos. Eu apenas saboreei a chance de encontrar bastantes segredos para sujar a reputação de minha concorrente. Eu raciocinei que seria meu dever como irmã mais velha: verificar suas atividades.
Eu peguei o livro no chão e o abri, folheei as páginas, procurando por meu nome, convencida de que eu descobriria tramas e calúnias. Quando encontrei, o sangue gelou em meu rosto. Era pior do que eu suspeitava. Senti-me fraca e sentei-me no chão. Não havia nenhuma conspiração, nenhuma difamação. Havia uma descrição sucinta de si mesma, de seus objetivos e de seus sonhos seguidos por um curto resumo da pessoa que mais a inspirava. Eu comecei a chorar.
Eu era sua heroína. Admirava-me por minha personalidade, minhas realizações e, ironicamente, por minha integridade. Queria ser como eu. Tinha me observado por anos, quieta, maravilhando-se com minhas escolhas e ações. Eu cessei a leitura, golpeada com o crime que tinha cometido.
Eu tinha perdido tanta energia para mantê-la fora do caminho... Eu tinha desperdiçado anos ressentindo-me com alguém capaz desta mágica; e agora eu violara sua confiança. Lendo as sérias palavras que minha irmã tinha escrito, me pareceu derreter uma barreira gelada em meu coração e eu desejei conhecê-la novamente.
Eu poderia novamente por de lado a insegurança estúpida que me manteve longe dela. Naquela tarde, quando consegui me sustentar sobre minhas pernas, eu decidi ir até ela, mas desta vez para experimentar em vez de julgar, para abraçar em vez de lutar. Para viver como verdadeiras irmãs.
Moral da história: quem tem valores morais dentro de si, jamais pratica atos mesquinhos, tentando buscá-los nas outras pessoas, pois os possui de sobra para dar.







NÃO OLHE PELO ESPELHO


NÃO OLHE PELO ESPELHO


Como seres humanos espirituais, este nosso mundo está povoado de indivíduos de comportamento estranho, ou seja, ao invés de se preocuparem com assuntos anímicos, único caminho que leva aos portais da felicidade espiritual, preferem perder o precioso tempo com as futilidades da matéria. Quando muito, utilizam-se de assuntos religiosos para enriquecer.
Se analisarmos profundamente a nossa existência aqui, verificaremos (por mais que isso nos doa) na hora do nosso transpasse, que toda riqueza acumulada, bens materiais construídos, nada disso mais terá qualquer valor. Costuma-se dizer que na vida somente duas coisas são certas e infalíveis, e delas ninguém escapa: a morte e os impostos.
Levaremos para o outro lado, somente a experiência da boa e pura vontade de ajudar, que são as únicas coisas que impregnam a alma e fazem com que o espírito inicie a escala aos planos superiores. Isso quando tivermos algo valioso, pois do jeito que o materialismo grassa nas hostes daquelas pessoas que enxergam apenas o fator do interesse pessoal e dos lucros imediatos, a gritaria vai ser enorme.
Infelizmente, não somos mais procurados como pessoas simples e comuns, ou seja, os seres humanos não se interessam por nós pelo fato de levarmos uma vida normal. Vejamos por exemplo, o nosso tenista Guga: enquanto ele estiver vencendo torneios, estará na crista da onda, ou seja, é paparicado por todos os lados. Mas quando perde, cai no ostracismo e poucos lembram dele como ser humano.
Esse tipo de comportamento visa a pessoa somente quando ela se destaca, é  melhor em alguma modalidade de esporte, ganha muito dinheiro, ou sobressai  na sociedade por algum alto cargo que ocupa. Fora desses âmbitos, poucos se interessam se a pessoa em questão tem um desvio de conduta psicológica, é diabética, tem fobia a lugares públicos, ou seja, ter o direito de ser atendida como figura humana que é, e não como personalidade que se destacou.
A maioria dos seres humanos apenas vê seus semelhantes, quando estes atraem para si ou para outrem, compensações materiais que possam trazer vantagens direta ou indiretamente. Se verificarmos a vida particular de cada um, descobriremos que tanto a existência de uma pessoa famosa, quanto a de uma pessoa comum, é recheada de problemas de ordem psicológica ou emocional.
Isso nos leva a concluir que devemos dar o mesmo apreço às pessoas, independentemente de elas serem conhecidas pelo sucesso, pela fama ou pela riqueza. Mas é justamente neste ponto que reside o nosso calcanhar de Aquiles, ou seja, o nosso ponto fraco, aquele pelo qual, às vezes mudamos de caráter e até mesmo adotamos uma personalidade que não é nossa, como se vestíssemos uma segunda máscara na cara e nos comportássemos de acordo.
Nossa história semanal retrata um pouco essa particularidade comportamental humana: Um sábio chamou o seu discípulo, levou-o até a janela, pediu-lhe que olhasse pela vidraça e perguntou-lhe o que estava vendo. Ele respondeu: –Vejo as pessoas transitando pela calçada. – Muito bem – disse o sábio.  – Agora coloque um espelho na janela e olhe através dele. O que você está vendo?
– Vejo a mim mesmo – respondeu o discípulo. E o sábio explicou-lhe: – Tanto na janela quanto no espelho o que existe é vidro. Mas o vidro do espelho está coberto de amálgama de prata. Desde que haja um pouco de prata ou de ouro diante de nossos olhos, deixamos de ver os nossos semelhantes e passamos a ver apenas a nós mesmos. Moral da história: é melhor olhar o mundo através da vidraça e não do espelho.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012


NÃO ESPERE, VÁ  À LUTA

Algumas pessoas se acham mais importantes do que outras. Elas pensam que podem ser mais felizes, pois imaginam que tenham mais sorte na vida. Por terem nascido em berço de ouro, ou porque seus pais lhes prouveram de todo conforto material, supõem que pouco precisa ser feito.
Isso é típico de famílias abastadas, cujos filhos já recebem praticamente quase tudo de mão beijada, ou seja, bens materiais como casa e carros lhes caem no regaço sem qualquer esforço. Enquanto isso, os filhos de famílias pobres têm que suar a camisa durante anos para conseguirem aquilo que outros, num piscar de olhos (quando atingem a maioridade ou casam) conseguem de imediato.
Obviamente, estamos generalizando, porque há casos de filhos que apesar de serem ricos, deixam seus lares e vão fazer suas próprias fortunas sem o apoio dos pais. Isso só deixa estes mais orgulhos daqueles, pois demonstraram coragem, boa vontade, inteligência e talento para não temerem os problemas que irão enfrentar.
Não se deseja aqui criticar aqueles filhos que têm capacidade de trabalhar com suas meias-vidas já garantidas com a posse de certos bens, posto que, também utilizando seus talentos, alguns até ajudaram a aumentar a fortuna da família; enquanto outros acabaram por dilapidá-la. Mas entre os que se fizeram por si e os que acrescentaram valores materiais à renda familiar, não restam dúvidas de que há mais méritos no desempenho daqueles do que destes.
E os méritos se devem tão somente as suas próprias capacidades, independente de quaisquer obstáculos que devessem enfrentar, pois se problemas tivessem que resolver deveriam fazê-lo sem o amparo dos pais, mormente em questões financeiras. É nisso que reside a autoconfiança das pessoas: serem capazes de buscar sua própria felicidade, não se amparando em muletas (pais, amigos), no sentido de resolverem seus problemas.
Essa é a categoria de pessoas que, sejam ricas ou pobres, vão à luta em busca de seus objetivos materiais e valores abstratos, não se importando se para conseguir um ‘pedacinho do céu’ tem-se que enfrentar uma renhida batalha à frente. Vida é movimento.
 Não tem graça nenhuma conseguir as coisas com facilidade, pois tudo é uma questão de merecimento, mesmo que seja para receber dor e decepções. Em algum canto de nossa vida demos causa, ainda que não tenhamos consciência disso. Sejam coisas boas ou más, nada nos vem ao acaso, pois se pensarmos assim, estaremos negando a própria justiça, seja a dos homens ou a divina.
 Mas também temos aquele tipo de seres humanos que esperam que as dificuldades desapareçam sem que movam uma única palha. Eles ficam na expectativa de milagres, e como eles não vêm, ficam deprimidos e achando que o mundo acabou. ‘Milagres’ somente acontecem quando fazemos algo extraordinário, incomum, ou seja, quando colocamos a alma e o corpo objetivando superar os nossos próprios recordes de dificuldades.
Por isso, podemos correr o risco de ficar na mesma situação de certa pessoa, conforme nos mostra a seguinte história: Dona Lourdes era uma senhora que se considerava muito sofredora. O marido bebia, o filho estava se envolvendo com drogas... e, sentindo-se incapaz de enxergar uma solução, caiu em depressão.
Vivia reclamando de tudo e havia perdido o gosto pela vida. Achava que a felicidade só chegaria quando todos esses problemas se resolvessem. Mas isso não aconteceu, pois dona Lourdes acabou falecendo antes de vir a conhecer a tão almejada felicidade. Moral da história: não fique esperando para ser feliz apenas no dia em que não houver mais problemas em sua vida. Aprenda a conviver com eles. Você pode ser feliz apesar deles!








CONTROLE EMOCIONAL

Se há alguma coisa que poucos de nós conseguimos controlar é a emoção. Ela se extravasa nos nossos atos, nas palavras nos pensamentos e algumas vezes também na nossa omissão, ou seja, quando deixamos de fazer algo que poderia ter sido feito.
De todas essas atividades (fazer, falar, pensar ou omitir), as que mais nos marcam por nos atingir diretamente são as duas primeiras. Por não sabermos controlar o nosso temperamento, machucamos as pessoas quando as agredimos física ou moralmente.
Embora essas agressões tanto possam ser pequenas, médias ou grandes, o grau delas jamais apagará nas almas das pessoas agredidas, esse tipo de atitude. Mesmo que anos depois a pessoa tenha sido perdoada, a experiência negativa daquela que recebeu a ação, dificilmente desaparecerá.
O mesmo podemos dizer quanto às palavras. É justamente nestas que o ser humano mais prejudica seus semelhantes. A todo momento estamos dizendo alguma coisa para alguém de forma desagradável. Isso  acontece quando somos movidos pela raiva, pelo ódio, pela indiferença, pela mentira, pelo rancor e todos os demais sentimentos negativos.
Uma palavra ofensiva dita num instante de desequilíbrio emocional, afeta profundamente a alma de qualquer ser humano, fazendo com que ele reaja de uma maneira imprevista. Isso varia de acordo com a personalidade e caráter de cada um.
Embora determinada palavra de baixo calão nos atinja indistintamente, a reação é bastante variada e depende muito da educação que a pessoa ofendida recebeu. Por isso, quanto maior for o revide, seja por atos ou palavras, tanto maior será a mágoa que ela levará consigo.
É comum dizermos que a primeira impressão é aquela que mais nos marca. Por isso, existem pessoas que jamais esquecem outras. Se a experiência foi negativa, mesmo que no futuro haja uma transformação completa do caráter de alguém que se comportou inconvenientemente, o ato gravou-se na alma e não raras vezes a pessoa leva para o túmulo essa amarga vivência.
Para quem acredita em mundos superiores, deve tomar muito cuidado com o pensamento. Pois ele age da mesma forma que as palavras. A única diferença é que o resgate de sua atuação ocorre no plano astral, ou seja, no mundo das almas onde a forma de vida (boa ou má) é determinada pela qualidade de pensamentos que teve neste mundo.
Nossa história da semana reflete com acuidade o resultado de comportamentos descontrolados: Havia um garotinho que tinha mau gênio. Seu pai deu um saco cheio de pregos e lhe disse que cada vez que perdesse a paciência que batesse um prego na cerca dos fundos da casa.
No primeiro dia o garoto havia pregado 37 pregos na cerca. Porém gradativamente o número foi decrescendo. O garotinho descobriu que era mais fácil controlar seu gênio do que pregar pregos na cerca.
Finalmente chegou o dia, no qual o garoto não perdeu mais o controle sobre seu gênio. Ele contou isto a seu pai, que lhe sugeriu que tirasse um prego da cerca por cada dia que ele fosse capaz de controlar seu gênio. Os dias foram passando até que finalmente o garoto pode contar a seu pai que não havia mais pregos a serem retirados.
O pai pegou o garoto pela mão e o levou até a cerca. Ele disse: – Você fez bem garoto, mas dê uma olhada na cerca. A cerca nunca mais será a mesma. Quando você diz coisas irado, elas deixam uma cicatriz como esta.
Você pode enfraquecer um homem e retirar a faca em seguida, e não importando quantas vezes diga que sente muito, a ferida continuará ali. Uma ferida verbal é tão má quanto uma física. Moral da história: devemos tomar muita precaução com o que dizemos ou fazemos, pois ao longo da vida, alguns de nós devem estar com a alma mais furada (cheia de cicatrizes) do que uma peneira.


   


A NOSSA IMAGINAÇÃO


Costuma-se dizer que as pessoas que não usam a imaginação vivem esta existência apenas uma só vez, ou seja, elas não têm capacidade e nem visão, ainda que hipotética, de rever situações mentais que possam aliviar suas agruras da vida simples que levam.
Em outras palavras, se elas levam uma vida difícil e sem muito futuro, poucas são aquelas que se preocupam no sentido de ter idéias e/ou fantasiar situações que possam amenizar um pouco suas amargas existências. Mas ao invés disso, a maioria fica se maldizendo ou culpando os outros pela falta de sorte.
Certo escritor uma vez disse: “podem até me colocar na cadeia, impedir minha liberdade de locomoção. Mas não podem refrear minha capacidade de imaginar. Meu corpo pode estar preso numa cela, mas meus pensamentos voam pelos parques, pelas avenidas e pelas cidades, nas quais minha fantasia pode desfrutar agradáveis momentos nas montanhas ou nas praias.”
Por outro lado, também não queremos dizer que se deva viver do imaginário, do ilusório, do suposto, mesmo que seja para minimizar momentos de crise. Todavia, queremos enfatizar que nesses instantes difíceis, não devemos nos desesperar ou entrar em pânico.
Perder as estribeiras, como se diz familiarmente, é tornar a situação pior do que está, com graves riscos materiais e até possível iminência de morte. Às vezes, a vida nos apresenta surpresas que nem a mais brilhante imaginação consegue superar; em outras situações, uma fértil imaginação pode nos livrar de momentos perigosos para os quais ocasiões algo absurdas possam parecer verídicas.
Isso, ao menos, é o que depreendemos do nosso conto semanal: Um senhor muito rico vai à caça na África e leva consigo um cachorrinho para não se sentir tão só naquelas regiões. Um dia, já na expedição, o cachorrinho começa a brincar de caçar mariposas e quando se dá conta já está muito longe do grupo do safári.
Nisso vê que vem perto uma pantera correndo em sua direção. Ao perceber que a pantera irá devorá-lo, pensa rápido no que fazer. Vê uns ossos de um animal morto e se coloca a mordê-los. Então, quando a pantera está a ponto de atacá-lo, o cachorrinho diz: – Ah! que delícia esta pantera que acabo de comer.
A pantera pára bruscamente e sai apavorada correndo do cachorrinho e vai pensando: – Que cachorro bravo, por pouco não come a mim também. Um macaco que estava trepado em uma árvore perto e que havia visto a cena, sai correndo atrás da pantera para lhe contar como ela foi enganada pelo cachorro.
Mas o cachorrinho percebe a manobra do macaco. O macaco alcança a pantera e lhe conta toda a história. Então, a pantera furiosa, diz: – Cachorro maldito vai me pagar... agora vamos ver quem come quem... – Depressa, disse o macaco. Vamos alcançá-lo. E saem correndo para pegar o cachorrinho.
Este vê que a pantera vem atrás dele e desta vez traz o macaco montado em suas costas. – Ah, macaco desgraçado... O que faço agora? Pensou o cachorrinho. Então ao invés de sair correndo, fica de costas como se não estivesse vendo nada, e quando a pantera está a ponto de atacá-lo de novo, o cachorrinho diz:
– Maldito macaco preguiçoso, faz meia hora que mandei trazer uma outra pantera e ele ainda não voltou. Moral da história: Albert Einstein já dizia: “Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento”.   

domingo, 16 de setembro de 2012


DINHEIRO NÃO É TUDO


Embora todos nós saibamos que o dinheiro não traz amor nem felicidade, temos também plena consciência de que ele resolve bastante a nossa vida material. O problema é que são poucas as pessoas que sabem equilibrar suas existências, pois não é qualquer pessoa que tem muito dinheiro e ao mesmo tempo leva uma vida normal sem exageros e excessos.
Isso nos recorda o exemplo bíblico no qual alguém que vivia na riqueza, pergunta a Jesus o que deveria fazer para alcançar a felicidade. Jesus lhe ordena que se desfaça de todos os seus bens e O siga. Isso nos leva a interpretar, de imediato, que para se alcançar o Céu os bens materiais são um estorvo e que não devemos tê-los. Lego engano.
O exemplo serviu apenas para aquela pessoa cuja vida espiritual estava sendo entravada e sem possibilidade de desenvolvimento por causa dos bens materiais. Na verdade, as pessoas se deixam empolgar quando possuem muito dinheiro. Como são egoístas por natureza, elas aproveitam bem a vida, gastando a rodo, sem se preocupar com seus semelhantes que às vezes nem têm o que comer.
Esse é um dos motivos que faz com que fiquemos boquiabertos ante tamanha disparidade na distribuição de riquezas: uns têm demais e a outros há carência. Quando a vida é facilitada pelo dinheiro, é muito difícil as pessoas pararem um pouco para refletir sobre as coisas do além. Quem se importa com isso, quando se tem quase tudo à mão, sem sofrimento e sacrifícios?
É nessa fase que a alma do ser humano abriga também o comodismo. Independente dos meios como conseguiu amealhar sua fortuna, a criatura humana acha normal (até certo ponto pode ser) não se preocupar em ajudar os outros. Assim como ele conseguiu, qualquer pessoa também pode. Pois ele pensa que se elas estão nessa situação de penúria, é porque em parte são merecedoras disso.
De fato, esse tipo de pensamento pode até ser verdadeiro em parte. Mas não deixa de apresentar sentimentos de avareza. Quem muito tem, não faz diferença e nem vai sentir a diminuição de seu patrimônio, se repartir. O problema é que quanto mais se tem, mais se quer. As pessoas ricas nem desconfiam de uma eterna lei espiritual na Criação que reza: quanto mais distribuirmos, sejam coisas materiais ou abstratas (nunca com segundas intenções), mais em dobro receberemos esses bens.     
O que não devemos fazer é imaginar que o dinheiro pode comprar as sementes das verdades eternas como o amor, a esperança, a sabedoria e outras do mesmo quilate. Nossa história reflete esse tipo de compra, como se frutos prontos fossem: Um homem muito rico dizia que com seu dinheiro podia comprar tudo, até mesmo a felicidade. Um dia, andando pela rua, deparou-se com um estabelecimento que se chamava Loja de Deus. Na porta estava escrito: ‘vendemos amor, esperança, paz...’.
O homem entrou na loja e viu jarras de amor, pacotes de esperança, vidros de fé, caixas de perdão, enfim todo tipo de graça e de sabedoria. Foi logo pedindo de tudo: – Quero muito amor, perdão em abundância, muita fé e felicidade para mim e para minha família. Então o anjo que atendia no balcão foi selecionando, separando e condicionando tudo num pequenino embrulho que coube na palma da mão do comprador.
Decepcionado, este disse para o anjo: – Eu pedi tudo em grande quantidade, pois tenho muito dinheiro. O anjo, sorrindo, respondeu: – Tudo o que o senhor pediu está aí e é de graça. – É possível que minhas encomendas estejam todas aqui? – perguntou, admirado, o homem. – Sim, estão. Na Loja de Deus não vendemos frutos, apenas damos as sementes – respondeu com paciência o anjo. Moral da história: a felicidade, a paz, o amor, estão dentro de cada um de nós em forma de sementes. Cabe a cada um de nós cultivá-las.



   

CONFIE MAIS


CONFIE MAIS


Não há nada pior neste mundo do que a falta de confiança. Quando não acreditamos em alguém, passamos atestado de suspeição, ou seja, por mais honrada que seja a pessoa, não a achamos digna das nossas atenções e tampouco confiamos coisas e/ou nossas vidas a ela.
As pessoas costumam perguntar: como é possível confiar em alguém que a gente mal conhece, quando às vezes somos traídos por pessoas dentro do nosso círculo familiar, amigos ou conhecidos de longos anos? Não há como negar esse fato, mas nem por isso devemos ficar sempre com um pé atrás desconfiando de tudo e de todos.
Embora o bom senso nos diga que cautela nunca é demais, é obrigação nossa enfrentar as situações desarmados, quando se trata de sentimentos humanos. Se conhecemos a reputação de alguém e esta não é boa, então até justifica-se ficarmos na defensiva. Ao contrário, estaremos dando margens  a suposições indignas quanto ao caráter da pessoa.
Se ela soubesse desse nosso comportamento mental, certamente ficaria ofendida, assim como nós também nos sentiríamos se alguém fizesse a mesma coisa. Na verdade, temos que dar créditos favoráveis às pessoas, pois ninguém em sã consciência imagina prejudicar seu semelhante, salvo seres humanos de má índole.
 Estes podem se considerar cartas fora do baralho no jogo da vida espiritual, porque quando chegar a hora da colheita, com absoluta certeza o joio será separado do trigo. A falta de confiança entre os seres humanos quase sempre gera uma espécie de conflito mental, fazendo com que as pessoas vivam numa espécie de dúvida eterna.
A rigor, não é somente uma questão de confiar ou desconfiar. Trata-se mais de se entregar, ou seja, é preferível que estejamos enganados no bom sentido do que no mal sentido, ou seja, se duvidamos e a pessoa é de confiança, enlameamos a reputação dela injustamente; mas se ela não merece confiança e mesmo assim nós acreditamos nela, então ninguém poderá pôr culpa em nosso julgamento moral.
Uma das coisas que mais calam profundamente nas almas das pessoas, é justamente o laço de amizade baseado na confiança que as une. É independente se os vínculos são consangüíneos ou não, ou seja, não importa o grau de parentesco, pois é notório e público que há famílias nas quais faltam a amizade e a confiança.
Todos nós sabemos que há pais que não são amigos de seus próprios filhos, assim como há maridos que não confiam em suas esposas, ou seja, esses laços familiares na maioria das vezes estão unidos pelo vínculo da obrigação social, que mantido como uma marionete, dança a valsa desta sociedade hipócrita e fingida.
Como exemplo, há alguns meses, certa senhora nos confidenciou que seu marido teria lhe dito na cara, que não emprestava a chave de seu (dele) carro, por não confiar nela. Isso a deixou prostrada e ferida em seus sentimentos. O que mais doeu é não saber o motivo específico pela recusa da chave, pois a esposa é pessoa de total responsabilidade.
Nossa história semanal vai mostrar o porquê dos pais serem respeitados pelos filhos: Uma vez aconteceu um incêndio de grandes proporções num prédio. Os bombeiros chegaram e evacuaram o edifício. Quando pensaram que tudo estava sob controle, ouviram um grito desesperado. Era uma criança na sacada do décimo andar.
 Não havia mais jeito de entrar no prédio para salvar o menino; a única solução seria pedir que a criança pulasse. Os bombeiros estenderam a rede e pediram que ele se jogasse. Mas o menino não tinha coragem. Foi quando, no meio da multidão, apareceu seu pai. Desesperado ao ver o filho lá em cima, abriu os braços e disse: – Pule, meu filho, o papai vai pegá-lo aqui embaixo. No mesmo instante o menino se atirou e foi salvo.
Moral da história: há momentos na vida em que só a confiança e a entrega podem trazer a solução do problema. Existem situações que só podem ser solucionadas se nos jogarmos nos braços do Pai.

O MOMENTO CERTO


O MOMENTO CERTO


Quase tudo em nossa vida é uma questão de oportunidade, ou seja, se não soubermos aproveitar o momento certo, talvez nunca tenhamos outra chance. Isso se reflete no trabalho, nas amizades, no lazer e também nas horas difíceis quando devemos estar mais alertas, porque se agirmos com imprudência, fatalmente cometeremos erros que nos custarão amargos arrependimentos.
É do conhecimento popular o provérbio: a pressa é inimiga da perfeição. Ela é exatamente o prato oposto de uma balança em cuja outra extremidade encontramos a demora. A agulha do equilíbrio seria o momento adequado para tomar decisões e agir. Mas as pessoas podem se questionar: e como é que sabemos que o momento é certo para fazer as coisas?
Na verdade, todos nós sabemos o momento certo para agir. Se isso não acontece é porque usamos em demasia a intromissão do nosso pensar, ou seja, ficamos imaginando mil coisas como se soubéssemos de antemão a respeito de certos resultados. Quando isso não ocorre, frustramo-nos pela oportunidade perdida porque achávamos mais espertos do que supunha fossemos.
A rigor, o momento certo é sempre o presente. O passado, não há que se falar dele, salvo para aprender com lições amargas, a fim de evitarmos cair nos mesmos erros. Quanto ao futuro, é uma incógnita, pois não sabemos no que vai dar. Podemos, quando muito, arriscar algumas deduções por estarmos familiarizados com a situação, como é o caso da área profissional.
Uma forma de evitar equívocos conosco, é não procurar resultados por antecipação, ou seja, é melhor deixar que as coisas fluam pela sua própria natureza de merecimento (bom ou mau – nós é que cuidamos das rédeas), pois algumas pessoas já aprenderam por experiência própria que as coisas nem sempre acontecem como elas gostariam que ocorressem.
Exemplo típico é o da nossa profissão: um dia nunca é igual a outro, ou seja, não é como o de um funcionário atrás de uma escrivaninha, preenchendo formulários, carimbando documentos ou arquivando pastas. Já nos deparamos com situação que nos pareceu resultar aflitosa. Mil conjeturas passam pela nossa mente, esperando dificuldades. No momento certo que enfrentávamos a situação, nada do que pensamos por antecedência, ocorreu.
O contrário também já sucedeu, ou seja, ficávamos a imaginar que tudo seria fácil e agradável e, qual não foi desagradável a nossa surpresa quando descobrimos no momento, que a pessoa em questão foi mal-educada, insociável e até ameaçadora.
Por isso, frisamos: a melhor política nas relações humanas, em qualquer ramo de atividade, e mesmo no que nos reserva o futuro, é não sofismar a respeito, ou seja, devemos manter o foco dos nossos pensamentos limpo e enfrentar o que quer que seja com neutralidade. Ao tomarmos semelhante atitude, deixamos a resposta ao encargo da intuição que não falha nunca, e que sempre nos reserva o destino que merecemos.
O certo é que não devemos ser imprudentes e guardar o  sorvete como fez determinado animal: Dog era um cachorro ‘vidrado’ em sorvete, mas tinha o hábito de escondê-lo para depois tomá-lo. Toda vez que ia ao seu esconderijo, porém, nada encontrava, pois o sorvete havia derretido. Chateado, abaixava as orelhas, colocava o rabinho entre as pernas e procurava ficar sozinho, grunhindo vez por outra.
Moral da história: também existem pessoas que agem dessa mesma maneira. Deixam as coisas boas da vida se derretendo, passando...e, quando não há mais jeito, ficam chorando o sorvete derretido. Não deixe o momento presente ‘derreter-se’ no passado. Procure saboreá-lo agora.



domingo, 9 de setembro de 2012

A LÍNGUA HUMANA


A língua humana é o instrumento mais contundente que o homem possui, ou seja, é com ela que ele cria o céu e o inferno ao mesmo tempo; fica triste, alegre, com raiva, com medo, atemorizado, esperançoso, vaidoso, humilde, forte no espírito e/ou fraco de alma.
Um provérbio popular diz que a língua é o chicote do corpo e também da alma. É verdade. Muitas pessoas por não refrearem seu palavreado, pagaram com o sofrimento do corpo, com torturas, tormentos e até com a morte. No plano anímico (relativo à alma), também não é diferente: elas sofrem angústia, mágoas e tormentos de toda a espécie, quando a língua não tem limites e utiliza a calúnia, a difamação, o insulto e a mentira.
A língua é um verdadeiro tormento para pessoas (embora elas não saibam disso) tagarelas que adoram ‘falar pelos cotovelos’. Que são agressivas, transtornadas e perdem a calma por motivos fúteis, posto que, esses tipos de conduta afligem seu espírito (delas) e também o nosso.
 Com relação à língua, o poema Desiderata nos ensina uma frase lapidar: ‘Fale a sua verdade, mansa e claramente e ouça a dos outros, mesmo a dos insensatos e ignorantes, eles também têm sua própria história’. Pelo mau uso da língua também já advertia Paracelso, filósofo, cientista, médico e vidente:
 ‘Fugir como da peste, ao trato com pessoas maldizentes, invejosas, indolentes, intrigantes, vaidosas ou vulgares e inferiores pela natural baixeza de entendimentos ou pelos assuntos sensualistas, que são a base de suas conversas ou reflexos dos seus hábitos’.
O emprego indevido da língua já criou expressões (algumas conhecidas, outras nem tanto), tais como língua viperina, língua-suja, linguareiro (linguarudo), solto de língua, língua de palmo (língua afiada), dar com a língua nos dentes.
Ainda: língua de trapo, língua de prata, língua comprida, língua de sogra, dar à língua, engolir a língua, língua-de-badalo, pagar pela língua, estar com a língua coçando e ter a língua maior que o corpo.
 Isso nos recorda certo escritor brasileiro, cujo nome não nos acode à memória, haver escrito questionando qual seria a arma mais poderosa e devastadora no mundo: a nossa própria língua. Nosso conto semanal reforça essas idéias: Por volta do ano 2000 antes de Cristo, um mercador grego, rico, queria dar um banquete com comidas especiais. Chamou seu escravo e ordenou-lhe que fosse ao mercado comprar a melhor iguaria.
O escravo voltou com um belo prato, coberto com um fino pano. O mercador removeu o pano e assustado disse: – Língua? Este é o prato mais delicioso? O escravo, sem levantar a cabeça, respondeu: – A língua é o prato mais delicioso, sim senhor. É com a língua que você pede água, diz ‘mamãe’, faz amizades, conhece pessoas, distribui seus bens, perdoa.
Com a língua você conquista, reúne as pessoas, se comunica, diz ‘meu Deus’, reza, canta, conta histórias, guarda a memória do passado, faz negócios, diz ‘eu te amo’. O mercador, não muito convencido, quis testar a sabedoria do seu escravo e o enviou novamente ao mercado, ordenando-lhe que trouxesse o pior dos alimentos.
Voltou o escravo com um lindo prato, coberto por fino tecido, que o mercador retirou, ansioso, para conhecer o alimento mais repugnante. – Língua, outra vez!, diz o mercador, espantado. – Sim, língua, diz o escravo, agora mais altivo. É a língua que condena, separa, provoca intrigas e ciúmes. É com ela que você blasfema e manda para o inferno.
 A língua expulsa, isola, engana o irmão, responde para a mãe, xinga o pai... A língua declara guerra! É com ela que você pronuncia a sentença de morte. Moral da história: não há nada pior que a língua, não há nada melhor que a língua. Depende do uso que se faz dela.


Richard Zajaczkowski, bacharel em Direito,
Oficial de Justiça – Vara do Trabalho, jornalista
e membro do Centro de Letras de Francisco Beltrão



sábado, 1 de setembro de 2012

FELICIDADE...


Felicidade é um conceito abstrato para significar alguma coisa que nos deixa alegres, satisfeitos e de bem com a vida. É uma sensação de foro íntimo e se traduz numa paz, na qual não encontramos palavras para descrever.
Como não existem metros e nem pesos para medi-la, a ela são atribuídos juízos de valores de acordo com a experiência, conhecimento, cultura e educação das pessoas que sentem suas maneiras particulares de viver, achando que os sentimentos pelos quais estão passando é o máximo.
Como exemplo, citemos aquelas pessoas que acham que o supremo da felicidade reside no fato de ter bastante dinheiro, para não se preocupar com a vida. Outras entendem que felicidade se resume em levar uma vida normal sem exageros. Estas, não questionam o aspecto espiritualidade.
Há também aquelas que evitam o contato com a convivência que consideram mundana nas pequenas, médias e grandes cidades. São conhecidas por ascetas, ou seja, pessoas que vivem em locais afastados das comunidades, como nos mosteiros, cujas vidas se resumem em penitências e orações.
Se conseguirmos entender que o conceito pleno de felicidade envolve a amizade, a sabedoria e o amor, nenhuma das pessoas no exemplo acima citadas, tende a se realizar. Quando muito, resolvem egoisticamente seus próprios problemas.
Senão, vejamos: os milionários, demasiadamente materialistas, alguns até ateus e acreditando apenas na força do trabalho; os normais, que acham que não matar, não roubar e nem fornicar é importante e o resto são detalhes. Acreditam no Criador, alguns são praticantes religiosos, outros não.
Por fim, temos as pessoas que vivem isoladas da sociedade. Dizer que não ajudam, seria injustiça. Para elas, este mundo de tecnologia e progresso material avançado, tem pouco valor. São essencialmente espiritualistas e detêm certa sabedoria da vida e das coisas. Elas ajudam a humanidade mentalmente, mas não se envolvem.
Nós, como mortais comuns nos envolvemos uns com os outros. Buscamos o amor, a sabedoria e a amizade. Muitas vezes, por não fazermos as coisas da forma correta, não conseguimos nenhuma dessas três virtudes. Mas, Priscila Camelier de Assis Cardoso, autora do conto a seguir, acende um luz para o caminho dessas virtudes:
Oi! Meu nome é Felicidade... Faço parte da vida daqueles que tem amigos, pois ter amigos é ser feliz. Faço parte da vida daqueles que vivem cercados por pessoas como você, pois viver assim é ser feliz! Faço parte da vida daqueles que acreditam que ontem é passado, amanhã é futuro e hoje é uma dávida, por isso chamado de presente.
Faço parte da vida daqueles que acreditam na força do Amor, que acreditam que para uma história bonita não há ponto final. Eu sou casada, sabiam? Sou casada com o Tempo. Ah! O meu marido é lindo! Ele é responsável pela resolução de todos os problemas.
Ele reconstrói corações, ele cura machucados, ele vence a Tristeza... Juntos, eu e o Tempo tivemos três filhos: a Amizade, a Sabedoria e o Amor. A Amizade é a filha mais velha. Uma menina linda, sincera e alegre. A  Amizade une pessoas, pretende nunca ferir, sempre consolar.
A do meio é a Sabedoria, culta, íntegra, sempre foi mais apegada ao Pai, o Tempo. A Sabedoria e o Tempo andam sempre juntos! O caçula é o Amor. Ah! Como esse me dá trabalho! É teimoso, às vezes só quer morar em um lugar... Eu vivo dizendo: Amor, você foi feito para morar em dois corações, não em apenas um.
O Amor é complexo, mas é lindo, muito lindo! Quando ele começa a fazer estragos eu chamo logo o pai dele, o Tempo, e aí o Tempo sai fechando todas as feridas que o Amor abriu!!! Uma pessoa muito importante me ensinou uma coisa: Tudo no final sempre dá certo, se ainda não deu, é porque não chegou o final.
Por isso, acredite sempre na minha família. Acredite no Tempo, na Amizade, na Sabedoria e, principalmente no Amor. Aí, com certeza um dia, eu, a Felicidade, baterei à sua porta! Tenha tempo para os Sonhos. Eles conduzem sua carruagem para as Estrelas.
Tenha um ótimo dia!!! Tenha uma ótima semana!!! E não esqueça... Sorria!!! Moral da história: dizem que a Felicidade mora nas coisas simples, como cheirar uma flor, aspirar o ar puro das florestas e ouvir o som da Natureza. Isso pode ser verdade, pois se atuarmos de forma correta neste mundo, quando partirmos, continuaremos a fazê-lo no outro com os órgãos sensoriais da alma.





sábado, 25 de agosto de 2012

SEJA GRATO



Por que será que poucas são as pessoas que  estão satisfeitas consigo mesmas e com as coisas que possuem? Boa parte de nós parece detestar este provérbio: não tenho tudo que amo, mas amo tudo que tenho. Quando conseguem ter um determinado número de bens, ao invés de parar, continuam acumulando.

            Se fizermos uma pesquisa com pessoas que vivem à margem da pobreza, que não têm casa própria e nem carro (o sonho da maioria), verificaremos que uma vez conseguido estes bens, dificilmente reclamariam algo mais. Por outro lado, alguns seres humanos nunca estão satisfeitos com o que possuem.
         Temos então três situações de comportamento humano em relação a bens terrenos: aqueles que os possuem, mas insatisfeitos, adquirem outros e acabam se tornando alvo de inveja; aqueles que são proprietários e estão contentes com o que têm e, por fim, aqueles que possuem as coisas mas nunca estão alegres com essa posse.
         Estes últimos são os eternos insatisfeitos, ou seja, além de possuírem algo que a maioria dos humanos, às vezes, batalha a vida inteira para conseguir, ainda por cima reclamam da graça material recebida como se esta lhes fosse um estorvo que precisassem eliminar.     
         Eles pertencem àquela classe de seres humanos que gostam de reclamar com a boca cheia, ou seja, não dão o devido valor às coisas e qualquer contrariedade é motivo e empecilho para resmungar, colocar a culpa nos outros ou na própria situação, por melhor que esteja, sempre encontram defeitos e erros.
         Nossa história da semana vai mostrar que os problemas são sempre maiores à medida que nós próprios os criamos: Todos os dias, Jacó não fazia outra coisa senão queixar-se de sua sorte. Blasfemava contra a vida que o obrigava a viver naquela torturante e interminável penúria. Reclamava que sua casa era pequena e incômoda, dizendo que não acomodava bem  sua família.
         Um dia chegou à cidade um sábio, e Jacó resolveu aconselhar-se com ele. Fez todos os seus desabafos ao sábio que, então, prometeu resolver seu problema desde que ele cumprisse fielmente as instruções que ia dar. Jacó prontamente concordou. E o sábio disse:
         – Tens uma vaca, certo? Hoje mesmo vais colocá-la dentro de sua casa. Jacó protestou: – Mas... como? Em minha casa mal cabemos eu e minha família?! Porém, lembrando-se de sua promessa, obedeceu. Foram dias de suplício. Passado algum tempo, voltou ao sábio e disse: – Minha casa está mais insuportável ainda.
E o sábio falou: – Tens uma cabra, não é? Pois vais colocá-la dentro da sua casa, junto com a vaca. Jacó se desesperou, mas novamente obedeceu. Foram dias em que até a sobrevivência de sua família ficou ameaçada. Jacó já não agüentava mais, quando voltou ao sábio e disse: – Pelo amor de Deus, não suporto mais esta situação! Está impossível viver nestas condições!
E o sábio disse: – Pois bem, esta noite pode retirar os animais, limpar bem sua casa, colocar tudo no lugar e seu problema estará resolvido. E Jacó assim fez. E qual não foi sua surpresa quando, depois de tudo arrumado, sem os animais, ele percebeu como sua casa era espaçosa, confortável e aconchegante!
Jacó agora amava sua casa e bendizia ao Senhor por ter aquele lugar para morar. Aprendeu a valorizar o que tinha de bom. Moral da história: muitas vezes reclamamos daquilo que não temos, mas nos esquecemos de agradecer pelo que temos.



COISAS QUE NÃO TÊM PREÇO


Dizem os estudiosos de economia que a cada prestação de serviço, deve haver a correspondente remuneração, como medida de justiça ao trabalho despendido. É verdade, não podemos negar semelhante afirmação, pois se o fizermos corremos o risco de nos locupletar às custas do labor alheio.
Isso seria uma forma de explorar aquelas pessoas que trabalham para nós, quando não recebem o que lhes é devido. Algumas delas pensam que, por terem sob suas ordens parentes (pais, filhos, irmãos) o tratamento é outro, ou seja, não teriam obrigação de receber por seus trabalhos o equivalente ao de uma pessoa estranha. Ledo engano.
O grau de parentesco nada tem a ver com a natureza do trabalho elaborado, pois o esforço na realização da tarefa física ou intelectual é o mesmo utilizado pelas pessoas, independente dos laços consangüíneos. Nesse tipo de relacionamento humano que envolve capital e trabalho, o tempo é precioso e vale ser bem pago pela execução.
Essa modalidade pressupõe que tempo é dinheiro, pois quem o gasta fazendo algo sabe que deve ser remunerado. Mas algumas pessoas confundem o tempo gasto com alguma coisa que não vise retorno financeiro. Elas entendem que não podem perder tempo com a esposa, com o filho ou com um amigo, somente porque não há lucro financeiro.
Pois quando se trata de relações afetivas, tais como visita a um parente, um amigo, mais atenção à família, a principal desculpa tem sido a falta de tempo, que para elas não pode ser jogado fora simplesmente porque é uma atividade que não rende dividendos à vida profissional e material. Na verdade, são pessoas que acreditam que em primeiro lugar está o sucesso profissional, depois, o resto.
Elas dificilmente entenderão que algumas coisas não têm preço, como, por exemplo, ser gentil e atencioso com os filhos e a esposa. Adianta ter estabilidade financeira, se no recinto do lar a esposa é tratada quase como uma serviçal? E os filhos, rebeldes e desobedientes? Não há dinheiro no mundo capaz de comprar paz e tranqüilidade no seio familiar, por mais opulenta e rica que seja uma família.
Também não há preço quando as pessoas fazem algo por outras, não visando retribuição monetária, mas apenas por altruísmo, porque desejam ajudar. Às vezes, tais atos são mal-interpretados por quem os recebe, achando que deve pagar com dinheiro.
Enquanto isso, outras pensam que o poder do dinheiro lhes dá o direito de comprar o afeto e a amizade de seus semelhantes, como na história que passamos a seguir: Um homem trabalhava muito, não tendo tempo para dar atenção ao filho. O menino sempre pedia ao pai para brincar com ele, porém a resposta era sempre a mesma: não tinha tempo para tal coisa, pois tempo era dinheiro e precisava trabalhar muito para ganhá-lo.
Assim ele trazia muitos brinquedos caros para o filho, mas nunca podia brincar com ele. Um dia o menino perguntou ao pai: – Pai, quanto o senhor ganha no trabalho? – O papai ganha R$ 5,00 por hora – respondeu-lhe. O menino ouviu e voltou a brincar sozinho. Depois de alguns minutos, voltou a perguntar: – Pai, você tem R$ 3,00 para me emprestar?
– Para quê, filho? – perguntou o pai. – É que eu já tenho R$ 2,00 e queria juntar para comprar uma hora de seu tempo para você poder brincar comigo. Nessa hora o pai se lançou ao chão e foi brincar com o filho, entendendo que dinheiro nenhum pagaria aquele momento.
Moral da história: hoje em dia escutamos as pessoas dizerem que tempo é dinheiro e por isso acabam empregando grande parte de seu tempo em coisas que lhes dêem retorno financeiro. E assim a vida não é vivida, mas vendida.







       

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A EXPERIÊNCIA ENSINA


Uma máxima popular diz que algumas pessoas somente aprendem com amargas experiências, ou seja, dão valor a um braço ou uma perna, quando perdem-na. Outras, sentem-se inseguras pela falta de confiança no ser humano ou nas coisas que ele produz.
Na verdade, a falta de experiência, mormente leva todos nós a um certo temor de algo que não conhecemos. Acreditamos que seja um receio infundado, pois ao invés de acalmar a nossa mente, ficamos imaginando coisas que não têm sua razão de ser.
A não ser que tenhamos um trauma de infância, imperioso é notar o círculo vicioso que criamos com o nosso comportamento refratário quando enfrentamos pela primeira vez uma situação pela qual nunca antes tivéssemos experimentado.
É até engraçado: às vezes, nada do que tememos nos acontece, mas quando passamos pela situação que até então somente existia em nossa fantasia mental, nos acalmamos. Isso significa que a experiência além de nos ensinar a não ter medo das coisas, também induz a nos comportar com menor estardalhaço.
Genericamente falando, medo é um sentimento de alvoroço que toma conta de nossa alma, devido a noção de um perigo real ou imaginário. Perigo real é quando os policiais enfrentam os bandidos e há troca de tiros. Embora possam imaginar que um deles caia morto, ninguém espera ser o escolhido.
No caso de perigo imaginário, às vezes o fato está longe de acontecer, mesmo assim, a insegurança, através da mente nos prega uma peça safada a ponto de sentirmos na pele (fantasiosamente) como se de fato estivesse acontecendo.
 Pelo menos é isso que depreendemos do nosso conto semanal, de autoria de Saadi de Xiras, da série Sabedoria Persa: Certo rei estava a bordo de um navio em companhia de um jovem inexperiente. O jovem não tinha nunca visto o mar, nem conhecia as incomodidades das viagens marítimas. Começou a chorar e a tremer.
Tentaram aquietá-lo, mas não o conseguiram. Tudo isso tirava o prazer do rei, e os cortesãos não sabiam o que fazer. Então, um homem judicioso, que estava perto, disse: – Se o ordenares, senhor, farei que ele sossegue. E o rei respondeu: – Isso me seria extremamente agradável.
O sábio homem mandou que os marinheiros lançassem o jovem ao mar. Depois que o mergulharam várias vezes, puxaram-no pelos cabelos, e o puseram no navio, aonde ele, com ambas as mãos, agarrou-se ao leme. Quando ele acalmou-se, sentou-se a um canto, e aí ficou quieto.
Isso agradou ao rei, que perguntou a causa de tudo. O sábio respondeu: – Antes, ele não tinha sentido as angústias do mergulho, e por isso não conhecia a segurança que o navio oferece. Só tem conhecimento do valor da saúde alguém que já tenha sucumbido à doença.
Moral da história: quando a nossa mente não ajuda, o corpo sofre. E quando o corpo sofre, nos queixamos pelas agruras passadas, mas não nos damos conta de que somos os causadores dos nossos próprios infortúnios.


  





domingo, 19 de agosto de 2012

MÃES MÁS

O que faz as pessoas detestar outras? Grosso modo, é a falta de educação, cuja mola-mestre é a grosseria. Mas no âmbito geral, a incompreensão estimulada pela ausência de conhecimento das causas e suas conseqüências, é a grande motriz para algumas pessoas achar que outras são chatas de galocha.
Por não terem o desenvolvimento completo do raciocínio, crianças e jovens adolescentes, quase sempre fazem o inferno astral dos pais que lhes negam certas regalias que elas não entendem que podem ser bastante perigosas. O texto a seguir, de autoria do médico psiquiatra, Carlos Hecktheuer, revela que com um pouco de desejo e muita força de vontade, nem tudo está perdido:   
Um dia quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes: – Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão. – Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
– Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: “Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar.” – Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em cinco minutos.
– Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos. – Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
– Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em momentos até odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também!
E em qualquer dia, quando meus netos foram crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer: “Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo...”
As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos e torradas. As outras crianças bebiam refrigerantes e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela nos obrigava jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.
Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (tocava nosso celular de madrugada e ‘fuçava’ nos nossos e-mails). Era quase uma prisão. Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe dissemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos.
Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela ‘violava as leis do trabalho infantil.’ Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.
Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos, tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer.
Enquanto todos podiam voltar tarde à noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar). Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência.
Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. FOI TUDO POR CAUSA DELA! Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos ‘PAIS MAUS’, como minha mãe foi. EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS!!! Moral da história: cuidar de crianças, é como dirigir uma carroça: se não segurar firme as rédeas, os cavalos desembestam e todos estão em perigo.


QUERO SER ELA


Existem pessoas que são ingratas para com a vida, pois reclamam muito e somente aprendem sentindo os problemas na própria pele. Elas apenas olham a aparência da situação. Na verdade, uma das coisas mais fáceis para nós, é fazer críticas.
 Todo o mundo adora esse tipo de comportamento, pois criticar é algo que não demanda esforço físico. Quando muito, apenas o mental e baseado naquilo que está vendo e acha errado. Mas na hora de fazer, é que a situação muda de figura.
Normalmente, as pessoas dividem-se em duas categorias: a primeira, é cautelosa, observa o ambiente, pensa um pouco, analisa, faz comparações e chega à conclusão que as coisas não são bem aquilo que antes imaginava; a segunda, faz justamente o contrário: vê de forma superficial a situação e já começa a tirar conclusões. Essa, geralmente acaba quebrando a cara.    
Certos maridos acham que suas esposas como donas de casa não têm muito a fazer. Um deles teve a petulância de exigir. Eis o ensinamento: Um homem estava extremamente triste e desencorajado de levantar todas as manhãs para ir trabalhar, enquanto a mulher ficava em casa. Querendo que ela soubesse quanto custa ir cada dia trabalhar, ele fez o seguinte pedido:
– Meu Deus, eu vou trabalhar todos os dias durante oito horas, sem contar com o transporte de ir e vir que me ocupa mais três horas... Tudo isso enquanto a minha mulher fica em casa! Eu queria que ela soubesse o quanto eu sofro, o Senhor poderia trocar os nossos corpos para que ela compreendesse o meu calvário?
O Bom Deus, na sua infinita bondade, aceitou o pedido. No outro dia pela manhã, o homem acordou, mas trocado em mulher. Então, sendo ‘ELA’... preparou o café da manhã para a família; acordou as crianças; preparou as roupas para escola; deu-lhes de comer; preparou-lhes a merenda; conduziu-as à escola; passou pela lavanderia no regresso à casa.
Foi até o banco; parou no supermercado para algumas compras; voltou para casa para desembalar e arrumar as compras; recebeu o correio e pagou algumas faturas; limpou o canto do gato e lavou o cão; comeu sozinha em dez minutos; despachou-se a arrumar os quartos; lavou a roupa; passou o aspirador, tirou o pó e lavou o chão.
Correu à escola buscar os filhos e aturou os gritos deles dentro do carro; deu-lhes qualquer coisa para comer e beber; mandou-os fazer os deveres escolares; passou a roupa a ferro, enquanto via um pouco de televisão; começou a descascar as batatas e lavou os legumes para a salada; preparou a carne e uma torta de maçã para a sobremesa;
Serviu o jantar, depois limpou a mesa e a cozinha; encheu a lava-louça; apanhou a roupa suja de uns e outros que estava espalhada; deu banho nos filhos, colocou-os na cama, e... às 22h, ‘ela’ estava muito cansada, mesmo sem que os trabalhos desse dia tivessem terminado. E  ‘ela’ foi para a cama onde era esperada para fazer amor... o que ela fez, sem se queixar.
No outro dia de manhã, ela (ele) levantou-se, ficou de joelhos próximo da cama, e rezou: – Meu Deus, eu não sei como pensei mal... eu estava enganado por ter inveja da minha mulher que ficava em casa... por favor, fazei com que nós possamos cada um retomar os nossos corpos originais.
O Bom Deus, na sua infinita bondade, respondeu: – Meu filho, creio que aprendeste a lição, e ficarei muito feliz em restabelecer as coisas tal e qual estavam antes, mas é preciso esperar nove meses... – Nove meses? Mas por que, Senhor? – É que ontem à noite... tu ficaste grávido!!!
Moral da história: não devemos nunca medir as nossas dificuldades na vida, com a dos nossos semelhantes, pois uns até que podem estar melhor do que nós, enquanto outros, estão numa pior.