sábado, 25 de agosto de 2012

SEJA GRATO



Por que será que poucas são as pessoas que  estão satisfeitas consigo mesmas e com as coisas que possuem? Boa parte de nós parece detestar este provérbio: não tenho tudo que amo, mas amo tudo que tenho. Quando conseguem ter um determinado número de bens, ao invés de parar, continuam acumulando.

            Se fizermos uma pesquisa com pessoas que vivem à margem da pobreza, que não têm casa própria e nem carro (o sonho da maioria), verificaremos que uma vez conseguido estes bens, dificilmente reclamariam algo mais. Por outro lado, alguns seres humanos nunca estão satisfeitos com o que possuem.
         Temos então três situações de comportamento humano em relação a bens terrenos: aqueles que os possuem, mas insatisfeitos, adquirem outros e acabam se tornando alvo de inveja; aqueles que são proprietários e estão contentes com o que têm e, por fim, aqueles que possuem as coisas mas nunca estão alegres com essa posse.
         Estes últimos são os eternos insatisfeitos, ou seja, além de possuírem algo que a maioria dos humanos, às vezes, batalha a vida inteira para conseguir, ainda por cima reclamam da graça material recebida como se esta lhes fosse um estorvo que precisassem eliminar.     
         Eles pertencem àquela classe de seres humanos que gostam de reclamar com a boca cheia, ou seja, não dão o devido valor às coisas e qualquer contrariedade é motivo e empecilho para resmungar, colocar a culpa nos outros ou na própria situação, por melhor que esteja, sempre encontram defeitos e erros.
         Nossa história da semana vai mostrar que os problemas são sempre maiores à medida que nós próprios os criamos: Todos os dias, Jacó não fazia outra coisa senão queixar-se de sua sorte. Blasfemava contra a vida que o obrigava a viver naquela torturante e interminável penúria. Reclamava que sua casa era pequena e incômoda, dizendo que não acomodava bem  sua família.
         Um dia chegou à cidade um sábio, e Jacó resolveu aconselhar-se com ele. Fez todos os seus desabafos ao sábio que, então, prometeu resolver seu problema desde que ele cumprisse fielmente as instruções que ia dar. Jacó prontamente concordou. E o sábio disse:
         – Tens uma vaca, certo? Hoje mesmo vais colocá-la dentro de sua casa. Jacó protestou: – Mas... como? Em minha casa mal cabemos eu e minha família?! Porém, lembrando-se de sua promessa, obedeceu. Foram dias de suplício. Passado algum tempo, voltou ao sábio e disse: – Minha casa está mais insuportável ainda.
E o sábio falou: – Tens uma cabra, não é? Pois vais colocá-la dentro da sua casa, junto com a vaca. Jacó se desesperou, mas novamente obedeceu. Foram dias em que até a sobrevivência de sua família ficou ameaçada. Jacó já não agüentava mais, quando voltou ao sábio e disse: – Pelo amor de Deus, não suporto mais esta situação! Está impossível viver nestas condições!
E o sábio disse: – Pois bem, esta noite pode retirar os animais, limpar bem sua casa, colocar tudo no lugar e seu problema estará resolvido. E Jacó assim fez. E qual não foi sua surpresa quando, depois de tudo arrumado, sem os animais, ele percebeu como sua casa era espaçosa, confortável e aconchegante!
Jacó agora amava sua casa e bendizia ao Senhor por ter aquele lugar para morar. Aprendeu a valorizar o que tinha de bom. Moral da história: muitas vezes reclamamos daquilo que não temos, mas nos esquecemos de agradecer pelo que temos.



COISAS QUE NÃO TÊM PREÇO


Dizem os estudiosos de economia que a cada prestação de serviço, deve haver a correspondente remuneração, como medida de justiça ao trabalho despendido. É verdade, não podemos negar semelhante afirmação, pois se o fizermos corremos o risco de nos locupletar às custas do labor alheio.
Isso seria uma forma de explorar aquelas pessoas que trabalham para nós, quando não recebem o que lhes é devido. Algumas delas pensam que, por terem sob suas ordens parentes (pais, filhos, irmãos) o tratamento é outro, ou seja, não teriam obrigação de receber por seus trabalhos o equivalente ao de uma pessoa estranha. Ledo engano.
O grau de parentesco nada tem a ver com a natureza do trabalho elaborado, pois o esforço na realização da tarefa física ou intelectual é o mesmo utilizado pelas pessoas, independente dos laços consangüíneos. Nesse tipo de relacionamento humano que envolve capital e trabalho, o tempo é precioso e vale ser bem pago pela execução.
Essa modalidade pressupõe que tempo é dinheiro, pois quem o gasta fazendo algo sabe que deve ser remunerado. Mas algumas pessoas confundem o tempo gasto com alguma coisa que não vise retorno financeiro. Elas entendem que não podem perder tempo com a esposa, com o filho ou com um amigo, somente porque não há lucro financeiro.
Pois quando se trata de relações afetivas, tais como visita a um parente, um amigo, mais atenção à família, a principal desculpa tem sido a falta de tempo, que para elas não pode ser jogado fora simplesmente porque é uma atividade que não rende dividendos à vida profissional e material. Na verdade, são pessoas que acreditam que em primeiro lugar está o sucesso profissional, depois, o resto.
Elas dificilmente entenderão que algumas coisas não têm preço, como, por exemplo, ser gentil e atencioso com os filhos e a esposa. Adianta ter estabilidade financeira, se no recinto do lar a esposa é tratada quase como uma serviçal? E os filhos, rebeldes e desobedientes? Não há dinheiro no mundo capaz de comprar paz e tranqüilidade no seio familiar, por mais opulenta e rica que seja uma família.
Também não há preço quando as pessoas fazem algo por outras, não visando retribuição monetária, mas apenas por altruísmo, porque desejam ajudar. Às vezes, tais atos são mal-interpretados por quem os recebe, achando que deve pagar com dinheiro.
Enquanto isso, outras pensam que o poder do dinheiro lhes dá o direito de comprar o afeto e a amizade de seus semelhantes, como na história que passamos a seguir: Um homem trabalhava muito, não tendo tempo para dar atenção ao filho. O menino sempre pedia ao pai para brincar com ele, porém a resposta era sempre a mesma: não tinha tempo para tal coisa, pois tempo era dinheiro e precisava trabalhar muito para ganhá-lo.
Assim ele trazia muitos brinquedos caros para o filho, mas nunca podia brincar com ele. Um dia o menino perguntou ao pai: – Pai, quanto o senhor ganha no trabalho? – O papai ganha R$ 5,00 por hora – respondeu-lhe. O menino ouviu e voltou a brincar sozinho. Depois de alguns minutos, voltou a perguntar: – Pai, você tem R$ 3,00 para me emprestar?
– Para quê, filho? – perguntou o pai. – É que eu já tenho R$ 2,00 e queria juntar para comprar uma hora de seu tempo para você poder brincar comigo. Nessa hora o pai se lançou ao chão e foi brincar com o filho, entendendo que dinheiro nenhum pagaria aquele momento.
Moral da história: hoje em dia escutamos as pessoas dizerem que tempo é dinheiro e por isso acabam empregando grande parte de seu tempo em coisas que lhes dêem retorno financeiro. E assim a vida não é vivida, mas vendida.







       

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A EXPERIÊNCIA ENSINA


Uma máxima popular diz que algumas pessoas somente aprendem com amargas experiências, ou seja, dão valor a um braço ou uma perna, quando perdem-na. Outras, sentem-se inseguras pela falta de confiança no ser humano ou nas coisas que ele produz.
Na verdade, a falta de experiência, mormente leva todos nós a um certo temor de algo que não conhecemos. Acreditamos que seja um receio infundado, pois ao invés de acalmar a nossa mente, ficamos imaginando coisas que não têm sua razão de ser.
A não ser que tenhamos um trauma de infância, imperioso é notar o círculo vicioso que criamos com o nosso comportamento refratário quando enfrentamos pela primeira vez uma situação pela qual nunca antes tivéssemos experimentado.
É até engraçado: às vezes, nada do que tememos nos acontece, mas quando passamos pela situação que até então somente existia em nossa fantasia mental, nos acalmamos. Isso significa que a experiência além de nos ensinar a não ter medo das coisas, também induz a nos comportar com menor estardalhaço.
Genericamente falando, medo é um sentimento de alvoroço que toma conta de nossa alma, devido a noção de um perigo real ou imaginário. Perigo real é quando os policiais enfrentam os bandidos e há troca de tiros. Embora possam imaginar que um deles caia morto, ninguém espera ser o escolhido.
No caso de perigo imaginário, às vezes o fato está longe de acontecer, mesmo assim, a insegurança, através da mente nos prega uma peça safada a ponto de sentirmos na pele (fantasiosamente) como se de fato estivesse acontecendo.
 Pelo menos é isso que depreendemos do nosso conto semanal, de autoria de Saadi de Xiras, da série Sabedoria Persa: Certo rei estava a bordo de um navio em companhia de um jovem inexperiente. O jovem não tinha nunca visto o mar, nem conhecia as incomodidades das viagens marítimas. Começou a chorar e a tremer.
Tentaram aquietá-lo, mas não o conseguiram. Tudo isso tirava o prazer do rei, e os cortesãos não sabiam o que fazer. Então, um homem judicioso, que estava perto, disse: – Se o ordenares, senhor, farei que ele sossegue. E o rei respondeu: – Isso me seria extremamente agradável.
O sábio homem mandou que os marinheiros lançassem o jovem ao mar. Depois que o mergulharam várias vezes, puxaram-no pelos cabelos, e o puseram no navio, aonde ele, com ambas as mãos, agarrou-se ao leme. Quando ele acalmou-se, sentou-se a um canto, e aí ficou quieto.
Isso agradou ao rei, que perguntou a causa de tudo. O sábio respondeu: – Antes, ele não tinha sentido as angústias do mergulho, e por isso não conhecia a segurança que o navio oferece. Só tem conhecimento do valor da saúde alguém que já tenha sucumbido à doença.
Moral da história: quando a nossa mente não ajuda, o corpo sofre. E quando o corpo sofre, nos queixamos pelas agruras passadas, mas não nos damos conta de que somos os causadores dos nossos próprios infortúnios.


  





domingo, 19 de agosto de 2012

MÃES MÁS

O que faz as pessoas detestar outras? Grosso modo, é a falta de educação, cuja mola-mestre é a grosseria. Mas no âmbito geral, a incompreensão estimulada pela ausência de conhecimento das causas e suas conseqüências, é a grande motriz para algumas pessoas achar que outras são chatas de galocha.
Por não terem o desenvolvimento completo do raciocínio, crianças e jovens adolescentes, quase sempre fazem o inferno astral dos pais que lhes negam certas regalias que elas não entendem que podem ser bastante perigosas. O texto a seguir, de autoria do médico psiquiatra, Carlos Hecktheuer, revela que com um pouco de desejo e muita força de vontade, nem tudo está perdido:   
Um dia quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes: – Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão. – Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
– Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: “Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar.” – Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em cinco minutos.
– Eu os amei o suficiente para os deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos. – Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
– Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em momentos até odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também!
E em qualquer dia, quando meus netos foram crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer: “Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo...”
As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos e torradas. As outras crianças bebiam refrigerantes e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela nos obrigava jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.
Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (tocava nosso celular de madrugada e ‘fuçava’ nos nossos e-mails). Era quase uma prisão. Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe dissemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos.
Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela ‘violava as leis do trabalho infantil.’ Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.
Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos, tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer.
Enquanto todos podiam voltar tarde à noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar). Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência.
Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. FOI TUDO POR CAUSA DELA! Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos ‘PAIS MAUS’, como minha mãe foi. EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS!!! Moral da história: cuidar de crianças, é como dirigir uma carroça: se não segurar firme as rédeas, os cavalos desembestam e todos estão em perigo.


QUERO SER ELA


Existem pessoas que são ingratas para com a vida, pois reclamam muito e somente aprendem sentindo os problemas na própria pele. Elas apenas olham a aparência da situação. Na verdade, uma das coisas mais fáceis para nós, é fazer críticas.
 Todo o mundo adora esse tipo de comportamento, pois criticar é algo que não demanda esforço físico. Quando muito, apenas o mental e baseado naquilo que está vendo e acha errado. Mas na hora de fazer, é que a situação muda de figura.
Normalmente, as pessoas dividem-se em duas categorias: a primeira, é cautelosa, observa o ambiente, pensa um pouco, analisa, faz comparações e chega à conclusão que as coisas não são bem aquilo que antes imaginava; a segunda, faz justamente o contrário: vê de forma superficial a situação e já começa a tirar conclusões. Essa, geralmente acaba quebrando a cara.    
Certos maridos acham que suas esposas como donas de casa não têm muito a fazer. Um deles teve a petulância de exigir. Eis o ensinamento: Um homem estava extremamente triste e desencorajado de levantar todas as manhãs para ir trabalhar, enquanto a mulher ficava em casa. Querendo que ela soubesse quanto custa ir cada dia trabalhar, ele fez o seguinte pedido:
– Meu Deus, eu vou trabalhar todos os dias durante oito horas, sem contar com o transporte de ir e vir que me ocupa mais três horas... Tudo isso enquanto a minha mulher fica em casa! Eu queria que ela soubesse o quanto eu sofro, o Senhor poderia trocar os nossos corpos para que ela compreendesse o meu calvário?
O Bom Deus, na sua infinita bondade, aceitou o pedido. No outro dia pela manhã, o homem acordou, mas trocado em mulher. Então, sendo ‘ELA’... preparou o café da manhã para a família; acordou as crianças; preparou as roupas para escola; deu-lhes de comer; preparou-lhes a merenda; conduziu-as à escola; passou pela lavanderia no regresso à casa.
Foi até o banco; parou no supermercado para algumas compras; voltou para casa para desembalar e arrumar as compras; recebeu o correio e pagou algumas faturas; limpou o canto do gato e lavou o cão; comeu sozinha em dez minutos; despachou-se a arrumar os quartos; lavou a roupa; passou o aspirador, tirou o pó e lavou o chão.
Correu à escola buscar os filhos e aturou os gritos deles dentro do carro; deu-lhes qualquer coisa para comer e beber; mandou-os fazer os deveres escolares; passou a roupa a ferro, enquanto via um pouco de televisão; começou a descascar as batatas e lavou os legumes para a salada; preparou a carne e uma torta de maçã para a sobremesa;
Serviu o jantar, depois limpou a mesa e a cozinha; encheu a lava-louça; apanhou a roupa suja de uns e outros que estava espalhada; deu banho nos filhos, colocou-os na cama, e... às 22h, ‘ela’ estava muito cansada, mesmo sem que os trabalhos desse dia tivessem terminado. E  ‘ela’ foi para a cama onde era esperada para fazer amor... o que ela fez, sem se queixar.
No outro dia de manhã, ela (ele) levantou-se, ficou de joelhos próximo da cama, e rezou: – Meu Deus, eu não sei como pensei mal... eu estava enganado por ter inveja da minha mulher que ficava em casa... por favor, fazei com que nós possamos cada um retomar os nossos corpos originais.
O Bom Deus, na sua infinita bondade, respondeu: – Meu filho, creio que aprendeste a lição, e ficarei muito feliz em restabelecer as coisas tal e qual estavam antes, mas é preciso esperar nove meses... – Nove meses? Mas por que, Senhor? – É que ontem à noite... tu ficaste grávido!!!
Moral da história: não devemos nunca medir as nossas dificuldades na vida, com a dos nossos semelhantes, pois uns até que podem estar melhor do que nós, enquanto outros, estão numa pior.  


sábado, 18 de agosto de 2012

QUEM PROCURA, ACHA


O que era lugar-comum nos centros das grandes cidades está virando cópia, com rápida aceleração de triplicar os problemas, em municípios de médio porte tipo Francisco Beltrão. Estamos nos referindo à prostituição, esta chaga social que com o passar dos anos, qual bola de neve, vai aumentando a ferida. 
Numa elucidativa e bem elaborada reportagem (em 16/08/03) para o Jornal de Beltrão, a jornalista Leandra Francischett mostrou por que a prostituição cada vez mais viceja não apenas nesta comarca, mas também em qualquer parte do mundo, ressalvadas as exceções, se as houver.
Autoridade e mulheres entrevistadas afirmam que a culpa exclusiva está nos homens que as procuram para esses programas. Por outro lado, existem raízes de fundo psico-patológico (buscam o sexo por opção), necessidade financeira e desvio de conduta na infância por falta de uma sólida educação.
Nenhuma dessas alternativas serve como desculpa para o aviltante comércio do corpo, cuja conduta perdeu a vergonha na esquina dos desejos insaciáveis da carne. Uma das entrevistadas, segundo a reportagem, confidenciou que não faz sexo anal, beijo na boca e sexo sem camisinha, “por dinheiro nenhum.”
Barbaridade!!! Quanta honra!! Pelo menos, pensa ela, dos males, o menor. Convenhamos, seu grau de inteligência é até razoável, pois dificilmente contrairá o vírus da Aids e tampouco terá seu duto anal rompido, vasos sangüíneos rasgados e dilacerados.
A insatisfação sexual no casamento de algumas pessoas leva-as a buscar seus apetites desregrados fora do lar, no qual sabem que para saciar suas libidos, outras normas aberrantes são convencionadas, posto que, sempre há alguém que pelo dinheiro ou desejo de satisfazer sua luxúria, às vezes topa tudo, até pelo pior.
Esse talvez seja um dos motivos que levou a entrevistada a declarar que ‘os homens experimentam todas as putas, se quisessem uma mulher só ficavam com a esposa que tá em casa.’ É a promiscuidade sexual que avança célere, mormente, impulsionada pela liberdade desenfreada da propaganda erótica, das novelas e filmes na televisão.
Pois, ao invés de educar para o comportamento dos bons costumes, incentiva-se o uso da camisinha, vindo assim a estimular os desejos e aumentando a promiscuidade. É como tentar apagar o fogo jogando gasolina.    
Nosso conto da semana retrata uma história que acontece na vida real, e o resultado é uma hipótese que levantamos, cujo risco as pessoas assumem: Joãozinho é uma das centenas de crianças que nasceu no seio de uma família de classe média. Embora seus pais lhe dessem educação escolar, nunca o ensinaram a ter comportamento ético-moral, pois quem é destituído desses valores, não tem caráter para transmiti-los.
Na juventude, perdeu cedo sua virgindade, pois como não tinha quem o orientasse, a escola da vida fora do lar o ensinou que certos prazeres, às vezes não têm limites. Casou-se por mil e um motivos, exceto por amor, ou pelo menos, por gostar e vir a respeitar a esposa.
Problemas financeiros e sentimentais levaram-no à frustração e insegurança no comportamento de suas emoções.  Iniciou traindo sua esposa com amigas que sabia tinham um ponto fraco por ele. Como detestava usar camisinha, acabou contraindo o vírus HIV.
Freqüentador de filmes pornô, já não mais se satisfazia com sexo estilo papai-mamãe, nem mesmo com mulheres conhecidas que em sua maioria não praticava suruba sexual e seus animalescos desvios colaterais. Assim, passou a freqüentar bordéis e lupanares onde conseguia satisfazer seus apelos à carne.
Metido a machão, volta e meia fazia sexo com a esposa, que contraiu Aids, engravidou e passou o vírus ao feto. Algumas pessoas estão contaminadas e não sabem porque o vírus não se desenvolve. Elas são o que a ciência chama de assintomáticas (não desenvolvem os sintomas), ou seja, por uma série de motivos, o HIV permanece latente na corrente sangüínea, mas passível de transmissão.
Joãozinho nem por um instante se preocupou que poderia criar um enorme problema familiar, assim como, tampouco pensou nas prostitutas que ele freqüentou e que no futuro terão sérios problemas de ordem moral, na educação dos filhos. Cedo ou tarde, estes ficarão sabendo direta ou indiretamente.
Já imaginaram o que se passa na mente de um jovem na flor da idade, cheio de sonhos, ao descobrir um segredo desses? É preciso muita psicanálise para reverter (isso se conseguir) o processo de frustração, ódio e raiva contidos na alma humana.  
A vida continua e Joãozinho é apenas um modelo falido de exemplo de decadência da raça humana, cujos passos muitos trilham sem imaginar que um dia colherão seus frutos amargos. Moral da história: a pessoa que mercadeja seu corpo com favores sexuais, merece o mesmo tratamento pejorativo da prostituição, seja ela mulher ou homem.

  
             


LEANDRO, PARTISTE ANTES


Já dissemos nesta coluna e tornaremos a repetir que nesta vida somente duas coisas são certas: os impostos e a morte. Os primeiros, nos empurram goela abaixo, desde os memoriais tempos áulicos dos césares.
A segunda, nos surpreende pelas costas, porque cara-a-cara, nenhum de nós tem coragem de enfrentar, mormente quando mal estamos iniciando este alento que chamamos de vida. De repente, o cordão de prata se rompe e mil e um planos desvanecem no ar como se castelos de fumaça fossem.
Sonhos recém-construídos partiram-se feito cristais atingidos por notas ultra-sonoras, como gongos a soarem os últimos segundos desta nossa existência. Parentes, amigos e conhecidos, boquiabertos e estupefatos ainda se questionam como o fado pode ser tão adverso para alguém que principia o sopro da essência, com a alma entulhada de quimeras.
Embora em nossas mentes turbilhonem dezenas de teorias religiosas, acerca do local para aonde vamos e o que iremos fazer, a verdade é que jamais saberemos com absoluta certeza como é o outro lado de lá, senão, quando a nossa vez chegar. Então, não teremos mais dúvidas, porque ao morrer neste mundo, estaremos nascendo no outro, conforme nos ensinam algumas filosofias espírito-orientais.
Leandro, a tua brusca e inopina partida, nos moldes, semelhante à daquela de alguém que sem se despedir direito, de afogadilho, teve que ajeitar as vestes anímicas, utilizando-se da psicografia para tranqüilizar seus entes queridos. Arvoramo-nos em extrair excertos da epístola, cuja credibilidade pode ou não residir no foro íntimo de cada um de nós.    
Um ano é decorrido desde que me despi da roupagem carnal. Ano de intensas lutas para quem não estava preparado para enfrentar a realidade da vida de além-túmulo. (...) Ano de estudos adiantados na grande Universidade da vida eterna. Estudos, sobretudo, práticos, profunda e essencialmente objetivos, onde aprendemos a nos orientar segundo os princípios fundamentais das leis imutáveis e eternas do Criador.
Estudos que principiam pelo aprendizado do próprio eu, com a análise dos sentimentos do próprio coração. Estudos despidos do caráter transitório das teorias humanas, construídas sobre as opiniões da maioria, que sempre vence no meio humano.
(...) A verdadeira felicidade não existe aí na terra, embora possamos ter tudo o que os nossos sentidos almejem. A felicidade absoluta, só a desfrutam aqueles que vencem a batalha do próprio aperfeiçoamento numa luta constante pelo aprimoramento de seus sentimentos mais íntimos.
 Por tudo isso, Leandro, acreditamos que a senda do teu caminho continuará, desta feita, em páramos mais elevados, menos densos e mais sutis. A natureza abnegada de teu comportamento, certamente far-te-á galgar com sucesso os degraus anímicos na escalada espiritual, não importa em qual patamar estiveres.
Apenas, lembra-te disto: se foste abruptamente arrancado do seio da terra-mãe, é porque desígnios superiores motivaram a tua presença no andar superior, querendo a continuidade benevolente do teu incansável trabalho, assim como nós, egoisticamente gostaríamos que tu viesses a envelhecer conosco.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O BOLO DA VIDA


Se pararmos um pouco para pensar, podemos facilmente chegar à conclusão de que a nossa vida nada mais é do que um enorme bolo. Seu formato e conteúdo é determinado pelas nossas ações, palavras e pensamentos. Os ingredientes pelos quais vai sendo recheado resultam no tipo de conduta que levamos na sociedade, no trabalho, nas diversões e na família.
Esse pensamento nos leva a uma certeza fática: a de que comemos o tipo de bolo que nós mesmos preparamos, ou seja, se adicionamos ingredientes de inveja, de ódio, de raiva, de vaidade ou orgulho, teremos que saborear uma guloseima um tanto agridoce ou amarga, se esse preparo resultar numa espécie de mistura na qual as substâncias se alternam, ora para amabilidade, ora para grosseria.
A vida certamente será mais difícil se nos inclinarmos para atitudes negativas, nas quais nosso pensamento visa obter cada vez mais vantagens para o nosso lado, esquecendo-se de que a abnegação e a solidariedade são sentimentos cujos ingredientes somente fazem o bolo de nossas vidas mais saboroso. Quem não entender isso, dificilmente compreenderá por que na vida sofremos reveses sem que aparentemente tenhamos dado causa.
As pessoas costumam dizer: “mas que droga! Eu não roubei nem matei ninguém, no entanto, parece que tudo dá errado para mim”. É verdade, centenas de milhares de seres humanos pensam assim. Mas será mesmo que elas não mataram e nem roubaram? Ou será que elas imaginam que matar e roubar somente acontece no plano físico.
Seria salutar para suas almas que revejam esse tipo de conceito, porque pelas leis espirituais, os pais matam um pedacinho do sentimento das crianças, toda vez que com rispidez (não importam os motivos) não atendem a uma solicitação delas. Por mais que estejamos atarefados e sobrecarregados de problemas materiais, não temos o direito de sermos rudes e grosseiros para com as crianças. Elas não têm culpa se nossos pais não nos ensinaram educação e respeito.
E como fica a situação daquelas pessoas cujas vidas profissionais patinam, (estufam os peitos orgulhosas porque não são assassinas e nem ladras) mas tramam mentalmente ou por meio de influência para tomar a vaga ou posto superior do colega de trabalho? Não mataram fisicamente, mas o fizeram animicamente, desejando de forma egoística um lugar que talvez nem capacidade intelectual e moral tivessem para o cargo.
E quantos crimes de lesa-alma não são cometidos quando o assunto envolve relações amorosas? Diz-se que no amor e na guerra vale tudo. Claro que vale, mas com atenuantes e agravantes, ou seja, também nos sentimentos da paixão, formamos o bolo da nossa felicidade de acordo com os ingredientes que nele colocarmos. Assim, se pusermos a mentira, a perfídia, a desonestidade, pela lei da reciprocidade usufruiremos de seu cozimento acre.
Nossa história semanal reflete de forma clara e objetiva que quanto mais carinho colocarmos nos ingredientes do bolo de nossa vida, tanto mais gosto teremos em saboreá-lo: Alice era uma criança que gostava de ajudar sua mãe a fazer bolo. Enquanto a mãe ia selecionando os ingredientes que pretendia utilizar, a menina prestava muita atenção em todo o material que era usado e deixava o bolo apetitoso.
Ela aprendeu que, quanto mais ingredientes tinha o bolo, mais gostoso ele ficava. Quando Alice cresceu, aonde quer que ela fosse ficava conhecida por saber fazer bolos deliciosos e, nos aniversários de parentes e amigos, era muito solicitada para confeccioná-los. Ao perguntarem a Alice qual era o segredo dos seus bolos, o que é que os fazia tão saborosos, ela respondia:
– O segredo está em saber misturar e aproveitar os ingredientes. Depois... é só saboreá-los. Moral da história: também a vida é assim... como um grande bolo, com inúmeros ingredientes de sabor e consistência diferentes. Se o bolo irá ficar saboroso ou não, vai depender de como serão aproveitados os ingredientes.





QUANDO UM NÃO QUER...


Para terminar a frase do título, diremos que ‘quando um não quer, dois não brigam.’ Isto é uma verdade incontestável, pois nossa conduta e/ou comportamento sempre determina o tipo de responsabilidade a que estamos sujeitos, ou seja, se somos ofendidos e no ato revidamos, cabe a nós responder a parcela de culpa das nossas ações.
Em caso contrário, quando ofendemos, nossa obrigação é ainda maior, posto que, fomos o desafeto que deu causa ao incidente. Os motivos, por maiores que sejam (exceto a legítima defesa pela própria vida), não nos autorizam atitude descortês em respeito à pessoa humana.
Nossa vida é um reflexo com conseqüências imediatas (que dependem da gravidade dos atos), a médio e a longo prazo, das coisas que fazemos, dizemos ou pensamos. Exemplo típico é o do espelho: se nos postarmos à sua frente, ele dará resposta no mesmo instante a tudo que fizermos, ou seja, se o cumprimentarmos, a imagem refletirá esta postura.
Se demonstrarmos raiva e nele cuspirmos, teremos o revide desta atitude. Nossa conduta na sociedade e perante às pessoas também recebem valores correspondentes. Às vezes esses valores denotam duplo comportamento, ou seja, alguns seres humanos numa comunidade são benquistos por uns e ao mesmo tempo malquistos por outros.
O que isso nos leva a imaginar? Por que algumas pessoas gostam de nós e outras não? Um dos motivos é porque de uma forma ou outra, nós as prejudicamos, seja para levar vantagens numa disputa comercial, social ou esportiva, seja porque fomos arrogantes e mal-educados, não as respeitando como seres individuais.
O importante é que as pessoas devem aprender a conviver entre si, porque a harmonia é fator primordial para que uma sociedade progrida em todos os sentidos: melhor saúde física e emocional, estudo e educação para conhecer a si e seu semelhante. Atendidos estes requisitos, o progresso material virá como merecimento.
Apesar de conviverem em sociedade, algumas pessoas são altamente anti-sociais e parece levarem as coisas para o lado pessoal, quando se trata de certas profissões. É o nosso caso: como oficiais de Justiça que somos, sentimos na pele a hostilidade à nossa pessoa, porque de maneira ignorante, acham que somos os portadores da desgraça que as atingiu.
Elas se esqueceram que antes de batermos às portas para penhorar seus bens, deram causa que motivou a nossa intervenção. Esse é o sistema. Cabe a todos nós mudarmos para que algo melhor sobrevenha. Odiar pessoas que cumprem determinação judicial é uma estupidez ímpar.
Ameaçá-las com morte, como se isso fosse parar a máquina judiciária (para cada funcionário que sai, há dez outros para substitui-lo), é tão ridículo e risível que somente podemos achar que o vírus da imbecilidade tomou conta de sua capacidade de compreensão.
Em oposição aos indivíduos broncos, há aqueles que aceitam e entendem que o destino às vezes lhes é adverso, seja porque admitem que cometeram erros, seja porque a lógica e o bom senso lhes dizem que perder a calma somente vai piorar a situação.
Exemplo simbólico é o da nossa história semanal: Marta e Beatriz, duas irmãs viúvas, moravam na mesma casa. Marta era uma dessas pessoas que reclamam o tempo todo. Beatriz, entretanto, escutava a irmã serenamente, sem nada retrucar. Dia após dia era a mesma situação: Marta reclamava, e Beatriz escutava em silêncio...
Um dia receberam a visita de uma amiga que ficou indignada depois de presenciar tanta murmuração. E ela perguntou para Beatriz como conseguia agüentar aquela convivência com Marta sempre a reclamar. Beatriz respondeu: – Eu não ligo, não é comigo mesmo!
Só havia as duas naquela casa, mas Beatriz não tomava para si a reclamação da irmã, pois, sabendo que ela estava sempre de mal com a vida, todas as suas reclamações só podiam ser dirigidas para si mesma. Moral da história: quando as coisas e as pessoas o agredirem, querendo tirar a sua paz, pare e diga: Não é comigo mesmo.

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

OS ZOMBADORES


Existem pessoas que adoram fazer troça com seus semelhantes, ou seja, tentam fazê-los cair no ridículo, com objetivo único de rir às custas alheias. Grande parte delas são jovens que pouco ligam à experiência e ensino dos mais velhos.
Normalmente, esses imberbes (início dos primeiros pêlos da barba – isso quando a tem) tiveram uma sofrível educação de respeito aos idosos, pois veriam que a vida se repete, e no futuro (se chegarem lá) estarão na mesma situação, recebendo motejos (zombarias) pela lei da ação do retorno.
As pessoas consideradas dez ou mais anos em relação às demais costumam tachá-las de coroas, ultrapassadas, caducas, balzaquianas e outros adjetivos do gênero. Ainda que seja em tom de brincadeira, no fundo, não deixa de ser uma forma sutil discriminatória, pois se tivessem consciência de que quanto mais se vive, mais se aprende, não teriam motivos para gracejos.
Também é certo que algumas pessoas, com o passar dos anos, ao invés de aprender com os erros e acertos, parece que estagnaram no tempo. Essas devem representar a minoria, pois as experiências vividas certamente trouxeram mais dissabores do que alegrias. Não podemos negar isso, posto que, até mesmo os animais usam o instinto para não sofrer duas vezes.
Algumas pessoas têm horror à velhice, como se esta fosse apagar os ensinamentos e experiências de toda uma vida; em contraste, muitos jovens na flor da idade desperdiçam seus melhores momentos de vida, envolvendo-se com vícios como bebidas e drogas, e alguns morrendo mais cedo.
Viver faz parte de nossa existência e, aqueles que chegaram à maturidade devem agradecer por tudo o que aprenderam e não ficar lamentando por talvez não terem alcançado seus sonhos. Certos conceitos na sociedade sobre velhice, mormente advindos de pessoas mais jovens, tendem a estigmatizar os idosos, induzindo-os a pensar que sejam imprestáveis.
Ninguém nesta vida pode ser considerado imprestável, por mais insípida que ela seja. E a juventude que gosta de fazer pouco caso de pessoas mais vividas, deveria entender que tudo aquilo que aprendemos, decorre do ambiente pelo qual nos relacionamos, ou seja, a educação que recebemos, venha ela da sociedade, da escola ou do lar.
Hoje, contemplamos com certa apreensão a forma como a juventude é orientada, via mídia, escolas, programas de televisão e outros divertimentos. Se não impera o próprio respeito, que podemos imaginar em relação aos anciões? Nada mais triste é verificar que alguém chegou à velhice e sofrendo na pele, os mesmos atos de discriminação que costumava praticar quando foi jovem.
Nossa história semanal contempla essa possibilidade, caso ocorra a lei do revide, se não houver uma transformação de foro íntimo nas pessoas: Um senhor de 80 anos de idade estava cuidando de uma planta com todo o carinho. Um jovem aproximou-se dele e perguntou:
– Que planta é esta que o senhor está cuidando? – Ah! É uma jabuticabeira – respondeu o velho. – E ela demora quanto tempo para dar frutos? – Pelo menos, uns 15 anos – informou o velho. – E o senhor espera viver tanto tempo assim? – indagou irônico o rapaz. 
– Não, não creio que viva mais tanto tempo, pois já estou no fim da minha jornada – disse o ancião. – Então, que vantagem o senhor leva com isso, meu velho? – Nenhuma, exceto a vantagem de saber que ninguém comeria jabuticabas, se todos pensassem como você.... Moral da história: quem não respeita a velhice alheia, não merece usufruí-la.



   


OS RECLAMANTES


Quando não nos sentimos bem em qualquer situação, temos por hábito exigir prestação de contas, ou seja, reclamamos. É da natureza humana esse tipo de comportamento. Todavia, há reclamações que procedem e outras que são totalmente infundadas, sem razão de ser.
Na maioria das vezes, o ser humano reclama simplesmente pelo ato de fazê-lo, ou seja, como é de sua natureza observar as coisas que no fundo não são de seu agrado, ao invés de modificar sua atitude pela ação, ele vai pelo caminho mais fácil: faz uso da palavra, da crítica e da reclamação.
A crítica é sempre construtiva quando numa determinada situação, como no trabalho, alguém nos exige labor sobre-humano, além das nossas capacidades físicas; quando trabalhamos feitos escravos, sem o correspondente pagamento; quando laboramos em ambiente nocivo à nossa saúde e, quando trabalhamos sob ordens autoritárias, que nos causam vexame e humilhação.
Por outro lado, a crítica é sempre destrutiva quando de livre e espontânea vontade aceitamos determinada situação. Ausentes as motivações retro mencionadas, não há justificativas para reclamarmos, mas se continuamos a fazê-lo, então é porque não temos nenhuma consideração pelo valor e bem-estar daquilo que conquistamos.
Costumam nos dizer quando fazemos parte de um determinado grupo, seja ele recreativo, social ou de trabalho, que se não estamos satisfeitos, nada nos impede de abandoná-lo. Se não podemos mudar uma situação, somente há duas saídas: ou nos adaptamos ou abandonamos as atividades e procuramos algo que sob a nossa ótica, sirva aos propósitos.
Mas, parece que fazemos pelo lado mais fácil e cômodo: gostamos de reclamar, criticar. É um meio nada prático, pois não resolve. Vem apenas demonstrar o quanto adoramos o comodismo, consubstanciado  na frase ‘falar é fácil, difícil é fazer.’ As pessoas que gostam de reclamar, se refletissem um pouco sobre a situação pior de seus semelhantes, se envergonhariam dessa atitude.
Algumas, ainda que em situação extrema, mesmo assim persistem em resmungar, como no caso da presente história: Um monge vive em um mosteiro, onde tem de fazer voto de silêncio. Ele só pode dizer duas palavras a cada década. A rotina diária do monge consiste em levantar às 3h30min da manhã, de uma cama que não é mais do que uma prancha de madeira, rezar durante horas a fio, ajoelhado em um chão de pedra, e copiar bíblias à mão.
O monge segue essa rotina dia após dia, durante dez anos, sem dizer uma só palavra. Um dia, o abade chama o monge e lhe concede permissão para pronunciar suas duas palavras. O monge olha para o abade com os olhos cansados e diz: – Cama dura. Depois de dizer isso, o monge volta à sua labuta, levantando às 3h30min, rezando, comendo uma papa sem gosto, copiando bíblias e dormindo em uma cama que não passa de uma prancha de madeira.
Passa-se mais um ano. E outro. Passam-se mais cinco. E mais dez. Depois de vinte anos nessa rotina imutável, o monge é novamente convocado pelo abade, que lhe concede permissão para dizer mais duas palavras. Sem hesitar, o monge murmura: – Comida pavorosa. E volta à sua triste rotina.
Depois de mais uma década de silêncio, despertando antes do nascer do sol, comendo papas sem gosto, fazendo cópias, rezando e dormindo sem descansar sobre uma prancha de madeira, o monge novamente vai até o abade para dizer suas duas palavras. O monge encurvado, cansado e frágil, levanta os olhos para o abade e diz: – Eu desisto. O abade retruca: – Ótimo! Você só faz reclamar desde que chegou aqui. Moral da história: não importa o local no qual estamos, há momentos em que as palavras são desnecessárias.









quarta-feira, 15 de agosto de 2012

OS RACISTAS


O racismo é uma das formas mais odiosas de discriminação racial que pode haver na face da Terra. As pessoas que no íntimo se consideram racistas, embora de público não admitam essa possibilidade, têm por princípio justificar uma espécie de escravatura moderna do ser humano.
Essa arbitrariedade não atinge apenas as pessoas de cor, pois se estende também aos povos indígenas, aos judeus e outras minorias. Por serem raças sem maior predomínio nos vários campos de atividade humana, os homens que subjugam grande parcela das economias e riquezas do Planeta, entendem que os demais povos devam se submeter a sua opressão.
Embora se diga que no Brasil não há racismo, ao menos abertamente, cientistas e estudiosos afirmam que se depender de uma mudança de mentalidade, em favor dos negros, vamos ter que aguardar por mais 500 anos.
Na verdade, se focalizarmos a história das raças, seu preconceito e intolerância, verificaremos que ela teve início quando o filósofo inglês Herbert Spencer, mentor da frase “sobrevivência dos mais aptos,” entendeu que a vida em sociedade é uma luta ‘natural.’
Com isso ele quis dizer que é normal que vençam os mais fortes, tenham sucesso, riqueza e poder social; aos fracos, os despojos do fracasso. E da sobrevivência dos mais aptos é que surgiu a famosa obra “Sobre a Origem das Espécies por meio da Seleção Natural,” do cientista inglês Charles Darwin.
 Os pensadores da sociedade capitalista da época vincularam as teorias de Spencer e Darwin a ideologias eugenistas ( estudo, reprodução e melhoramento da raça humana) e racistas. Hitler, com seu ideário de raça ariana foi um exemplo falido.
Desde então, as elites dominantes, amparadas por vasta literatura preconceituosa, (leia-se “O Espetáculo das Raças”, “O Caráter Nacional Brasileiro” e outros) segregam os menos afortunados, deixando-os às margens do desemprego, do subemprego, da pobreza, do analfabetismo, da miséria, da doença e de uma vida marginal.
Embora possamos formar idéias próprias, elas não se encaixariam e nem traduziriam nos mesmos moldes os nossos sentimentos, a respeito da realização de uma democracia racial no Brasil, atualmente, conforme assevera a doutora em Psicologia pela USP, Maria Augusta Bolsanello: “Pode-se dizer que o racismo é uma forma perversa de violência contra a dignidade humana.”
“Bastam algumas propagandas, algumas inverdades de caráter pseudocientífico, mas ditas com seriedade e com o aval desta ou daquela personalidade, para que a visão desumana de mundo seja aceita. Nasce então e arraiga-se o preconceito e a intolerância, que logo se convertem em práticas inconscientes e cotidianas de uma injustiça degradante.”
Nossa história semanal mostra que apesar de haver pessoas que escondem seus sentimentos raciais, nem todas se valem dessa faculdade abjeta: Era uma vez um velho homem que vendia balões numa quermesse. Evidentemente, o homem era um bom vendedor, pois deixou um balão vermelho soltar-se e elevar-se nos ares, atraindo, desse modo, uma multidão de jovens compradores de balões.
Havia ali perto um menino negro que estava observando o vendedor e, é claro, apreciando os balões. Depois de ter soltado o balão vermelho, o homem soltou um azul, depois um amarelo e, finalmente, um branco. Todos foram subindo até sumirem de vista. O menino, de olhar atento, seguia cada um. Ficava imaginando mil coisas... Uma coisa o aborrecia: o homem não soltava o balão preto. Então, aproximou-se do vendedor e perguntou-lhe:
– Moço, se o senhor soltasse o balão preto ele subiria tanto quanto os outros? O vendedor de balões sorriu compreensivamente para o menino, arrebentou a linha que prendia o balão preto e, enquanto ele se elevava nos ares, disse-lhe: – Não é a cor, filho, é o que está dentro dele que o faz subir. Moral da história: quem julga pelas aparências, também será julgado por elas.





     

OS PREOCUPADOS


T. Lobsang Rampa, um sábio monge tibetano, costumava dizer que não há motivo nenhum para as pessoas se preocuparem. Pois, qualquer que seja a natureza da preocupação, daqui a cinquenta anos ela não terá mais importância nenhuma.
Ele tinha razão, mas não é preciso esperar tanto tempo assim. Pouco menos de um ano basta para que as nossas preocupações, grandes ou pequenas, se tornem insignificantes e inválidas. A maioria das pessoas tem o péssimo hábito de se preocupar com ninharias, ou seja, coisas pelas quais não valem a pena gastar um único pensamento, quanto mais a saúde.
Alguns grandes filósofos e inventores na história da humanidade, jamais queimaram as pestanas, tentando resolver seus problemas materiais. Quando a solução ficava difícil, pediam orientação superior, ou seja, deixavam o subconsciente resolver.
Isso sempre acontecia depois de uma noite bem dormida. É claro que nem todos nós temos o privilégio de resolver os problemas por meio do sono. Apenas poucos agraciados. Isso não quer dizer que devamos nos descabelar e nos angustiar por algo que exige nossa atenção.
Até certo ponto devemos nos preocupar, pois é normal que usemos a capacidade de raciocinar, sem pânico nem alarido. Todavia, caso esse sistema falhe, devemos limpar a mente e nos concentrar pedindo ajuda. Se nossa causa de pedir for justa, cedo ou tarde o socorro virá. Não tenham dúvidas quanto a isso.
Muitas vezes, as preocupações são tantas que as pessoas acabam neuróticas e doentes. Depois de passarem por inúmeras atribulações e dificuldades, analisando um pouco, elas descobrem que não havia tanto motivo para se preocupar. Mas antes que isso acontecesse, quase se esgotaram física e emocionalmente.
Já mencionamos isso em artigos anteriores, e não nos cansaremos de repetir: se algo nos preocupa, devemos antes analisar friamente a situação. Se estiver ao nosso alcance resolvê-la, então mãos à obra. Caso contrário, o momento é esquecer por algum tempo e procurar outros caminhos para a solução.
Ficar nervoso e irritado, além de não solucionar o que desejamos, vai nos dar dois trabalhos a superar: o próprio ato do nervosismo da preocupação e o esforço da sobrecarga de se acalmar. Nossa história semanal, não é bem uma história, mas uma reflexão: Quando você nasce, de duas uma: ou você nasce rico ou você nasce pobre. Se você nascer rico, não tem motivo algum para se incomodar.
Se você nascer pobre, de duas uma: ou você ficará rico ou você continuará pobre. Se você ficar rico, não haverá motivo algum para se incomodar; se você continuar pobre, de duas uma: ou você terá saúde ou você será doente. Se você tiver saúde, não haverá motivo algum para se incomodar; se você for doente, de duas uma: ou você ficará bom ou morrerá.
Se você ficar bom, não haverá motivo algum para se incomodar; se você morrer, de duas uma: ou você irá para o céu ou você irá para o inferno. Se você for para o céu, não haverá motivo algum para se incomodar; se você for para o inferno, bom, você terá de cumprimentar tantos conhecidos que não terá tempo algum para se incomodar!
Moral para refletir: a preocupação paga caros tributos na nossa vida. Assim, além de ficarmos em débito ainda por cima corremos o risco de enfrentar um possível ‘inferno’, seja nesta existência ou em outra.      


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O POR QUÊ



Quase todos nós temos a infeliz mania de sofrer por antecipação, ou seja, acontecem coisas desagradáveis e já ficamos tirando conclusões precipitadas, como se o ocorrido fosse uma espécie de fim de mundo.
Na maioria das vezes, fazemos perguntas aumentando o tamanho dos nossos problemas. É quando nos tornamos adeptos do adágio: “fazer tempestade em copo d’água.” Normalmente, não nos ocorre à idéia de que há males que vêm para o bem.
Ficamos fazendo perguntas do tipo: por quê, ao invés de nos concentrarmos nas do para quê. Afinal, a vida não é um mar de rosas, pois se assim o fosse, não teria nenhuma graça e tudo seria uma terrível monotonia.
Se coisas boas nos acontecem, como é normal, ficamos alegres e festejamos. Todavia, caso o infortúnio nos atinge, então, ao invés de usarmos a razão para perguntarmos para que, com que finalidade, revoltamo-nos indignados, perguntado como sempre, por quê.
Na verdade, não aceitamos coisas ruins que nos acontecem, como se puros e perfeitos fôssemos. A grande maioria das pessoas entende como uma espécie de castigo, por isso, quando é atingida, faz um escarcéu e toma o fato como sendo o supra-sumo do acontecimento.
Como tudo na vida tem uma explicação para ser, a história desta semana reforçará nossa posição mental: Um dia um fazendeiro da aldeia foi pedir ajuda a um sábio e disse: – Homem sábio, ajude-me. Uma coisa horrível me aconteceu. Meu boi morreu, e eu não tenho outro animal para me ajudar a arar o campo! Essa não foi a pior coisa que poderia me acontecer?
O homem sábio respondeu: – Talvez sim, talvez não. O fazendeiro correu de volta para a aldeia e contou a seus vizinhos que o homem sábio ficara maluco. Estava claro que aquilo era a pior coisa que lhe podia ter acontecido. Por que ele não percebia isso?
No dia seguinte, entretanto, um cavalo jovem e forte foi visto nas proximidades da fazenda do homem. Como ele não tinha nenhum boi para ajudá-lo, teve a idéia de aproveitar o cavalo no lugar do boi. Que felicidade para o fazendeiro! Arar o campo nunca tinha sido tão fácil. Ele voltou então ao homem sábio para se desculpar:
– Você estava certo, perder meu boi não foi a pior coisa que poderia me acontecer. Foi uma bênção disfarçada! Eu nunca poderia ter capturado o meu novo cavalo se não fosse aquele fato. Você há de concordar que essa foi a melhor coisa que poderia ter acontecido.
O homem sábio tornou a dizer: – Talvez sim, talvez não. “De novo não”, pensou o fazendeiro. “Agora não há dúvidas de que o homem sábio está enlouquecendo.” Mais uma vez, porém, o fazendeiro não sabia o que o aguardava. Alguns dias mais tarde, voltou ao homem sábio com a seguinte notícia:
– Meu filho estava andando a cavalo, caiu e quebrou a perna. Agora não pode mais me ajudar na colheita. O senhor há de concordar comigo que essa foi a pior coisa que me poderia acontecer, não acha?
E o sábio respondeu: – Talvez sim, talvez não. O fazendeiro ficou decepcionado com o sábio e pensou: “Coitado! Ele já está velho e não sabe mais aconselhar. Claro que essa foi a pior coisa que me poderia ter acontecido!”
Passados alguns dias, chegaram tropas no vilarejo para levar todos os homens jovens e saudáveis para uma guerra que tinha acabado de estourar. O filho do fazendeiro foi o único jovem que não teve que ir.
 E então o fazendeiro entendeu que aquela também não havia sido a pior coisa que lhe tinha acontecido. Moral da história: Você só aceitará o sofrimento quando substituir a pergunta “por quê” pela pergunta “para quê”. Só assim você entenderá o propósito dos acontecimentos.


OS MELHORES AMIGOS


Não sabemos bem por que, mas a verdade é que o ser humano é egoísta por excelência, ou seja, sempre quando ocorre o dever cívico e moral de repartir alguma coisa, seja dinheiro, bens materiais, amor, afeto, atenção, ele como por uma espécie de reflexo condicionado, antes pensa em si mesmo.
Às vezes ficamos imaginando: se a criatura humana é tão avarenta e perversa com a sua própria raça, é de causar pena as atribulações pelas quais passam os animais, mormente, os domésticos que na realidade são os nossos verdadeiros amigos, e que não exigem nada de nós e somente nos dão carinho.
É bem verdade quando dizem que a amizade não tem preço. Mas esta não se conquista com posição social, com imensas fortunas ou com elevados cargos nas profissões. A amizade se fortalece e ganha maior força pela nobreza de caráter, pela simplicidade, pela confiança, pela honestidade e pela fidelidade.
Quem não possuir esses requisitos, dificilmente terá amigos sinceros, ou será correto para com os outros. Primeiro, porque a amizade não busca interesses, quaisquer que sejam a natureza deles; e segundo, porque ela anseia pela auto-entrega da pessoa sem medir sacrifícios para que o amigo não sofra e seja feliz. Este é o desiderato da verdadeira amizade.
O que ultrapassar disso, poderá ser conveniência favorável às partes, que possivelmente romperá as amarras daquelas pessoas que se dizem amigas entre si, no primeiro sopro do furacão das dificuldades anímico-materiais de cada um. Nossa história semanal mostra que por muito menos o homem vai para o inferno:
Um homem, seu cavalo e seu cão, caminhavam por uma estrada. Depois de muito caminhar, esse homem se deu conta de que ele, seu cavalo e seu cão haviam morrido num acidente. Às vezes, os mortos levam tempo para se dar conta de sua nova condição... A caminhada era muito longa, morro acima, o sol era forte e eles ficaram suados e com muita sede.
Precisavam desesperadamente de água. Numa curva do caminho, avistaram um portão magnífico, todo de mármore que conduzia a uma praça calçada com blocos de ouro, no centro da qual havia uma fonte de onde jorrava água cristalina. O caminhante dirigiu-se ao homem que numa guarita, guardava a entrada. – Bom dia, ele disse. – Bom dia, respondeu o homem.  – Que lugar é este, tão lindo? Ele perguntou. – Isto aqui é o céu, foi a resposta.
– Que bom que nós chegamos ao céu, estamos com muita sede, disse o homem. – O senhor pode entrar e beber água à vontade, disse o guarda, indicando-lhe a fonte. – Meu cavalo e meu cachorro também estão com sede. – Lamento muito, disse o guarda. Aqui não se permite a entrada de animais. O homem ficou muito desapontado porque sua sede era grande.
Mas ele não beberia, deixando seus animais com sede. Assim, prosseguiu seu caminho. Depois de muito caminharem morro acima, com sede e cansaço multiplicados, ele chegou a um sítio, cuja entrada era marcada por uma porteira velha semi-aberta. A mesma se abria para um caminho de terra, com árvores dos dois lados que lhe faziam sombra.
  À sombra de uma das árvores, um homem estava deitado, cabeça coberta com um chapéu, parecia que estava dormindo. – Bom dia, disse o caminhante. – Bom dia, disse o homem. – Estamos com muita sede, eu, meu cavalo e meu cachorro. – Há uma fonte naquelas pedras, disse o homem indicando o lugar. Podem beber à vontade.
O homem, o cavalo e o cachorro foram até à fonte e mataram a sede. – Muito obrigado, ele disse ao sair. – Voltem quando quiserem, respondeu o homem. – A propósito, disse o caminhante, qual é o nome deste lugar? – Céu, respondeu o homem. – Céu? Mas o homem na guarita ao lado do portão de mármore disse que lá era o céu!
– Aquilo não é o céu, aquilo é o inferno. O caminhante ficou perplexo. – Mas então, disse ele, essa informação falsa deve causar grandes confusões. – De forma alguma, respondeu o homem. Na verdade, eles nos fazem um grande favor, porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar seus melhores amigos.... Moral da história: não  sabemos muito bem o que nos aguarda no outro lado da vida, mas uma coisa podemos esperar: receber o mesmo tratamento que dispensamos aqui